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Megatel investe para concorrer com a Telefônica
Do Diário do Grande ABC
05/05/1999 | 18:43
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A Megatel do Brasil, que vai concorrer com a Telefônica em todo o Estado de Sao Paulo, anunciou nesta quarta-feira investimentos de US$ 1,5 bilhao em três anos para implantar sua rede de telefonia. A empresa, que assinou nesta quarta-feira o contrato de autorizaçao com a Agência Nacional de Telecomunicaçoes (Anatel), garantiu que iniciará suas operaçoes até 31 de dezembro, instalando 33,7 telefones para cada mil habitantes em 13 das 25 cidades do Estado com mais de 200 mil habitantes.

"Queremos iniciar nossas operaçoes o mais rápido possível", afirmou o presidente do Conselho de Administraçao da Bell Canada, Derek Burney. Além da operadora canadense, fazem parte da Megatel o grupo argentino Liberman e as americanas Qualcomm e WLL International.

A empresa espera criar cerca de mil empregos diretos nos próximos três no Estado de Sao Paulo e vencer a concorrência com a Telefônica oferecendo melhores serviços. "Vamos atrair os clientes pela qualidade, buscando a satisfaçao do usuário", disse Burney.

A Megatel, que pagou nesta quarta-feira R$ 28 milhoes referentes a 40% do valor ofertado pela licença, se comprometeu a instalar seus serviços até dezembro do ano 2000 em 80% dos municípios com mais de 200 mil habitantes, com uma densidade mínima de 43,2 linhas para cada mil habitantes. Em 2001, deverao ser atendidos todos os 25 municípios com esta populaçao, com uma oferta de 55,3 linhas para cada mil habitantes.

"Podemos dizer que com estas obrigaçoes pelo menos 60% da populaçao de Sao Paulo poderá ter uma segunda opçao de telefonia fixa em 2001", afirmou o presidente da Anatel, Renato Navarro Guerreiro. Para o presidente Fernando Henrique Cardoso, a assinatura do contrato é importante para iniciar a competiçao na telefonia paulista.

"Nao se trata de privatizar por privatizar, mas há toda uma filosofia por trás deste processo", afirmou o presidente Fernando Henrique Cardoso, em solenidade no Palácio do Planalto, citando a reestruturaçao do setor de telecomunicaçoes no Brasil, que nao foi uma "privatizaçao selvagem". "Nao queremos passar do monopólio público para o monopólio privado", avisou o presidente. "O mercado tem efeitos benéficos quando ele é instrumento de competiçao", disse.

Satélite - Também foi assinado nesta quarta-feira o contrato para que a empresa Loral Skynet, subsidiária da americana Loral Space, fabricante de equipamentos aeroespaciais e de defesa, explore o primeiro satélite privado brasileiro. A Loral, pagou nesta quarta-feira integralmente os R$ 33,051 milhoes ofertados na licitaçao, realizada em março. A Loral Skynet deverá instalar o satélite em até 3 anos, e anunciou investimentos de R$ 300 milhoes.

Segundo o representante da empresa, Umberto Celli Junior a Loral pretende negociar com a Embratel, sua concorrente direta, a possibilidade de lançarem conjuntamente um satélite. Esta medida, além da economia para as duas empresas, nao representaria um problema para a competiçao, já que as duas têm o direito de usar a mesma posiçao orbital sobre o país mas operam em freqüências diferentes.

Com a entrada da Loral no mercado, a empresa irá aumentar a capacidade do segmento espacial de transmissao de dados, voz e imagens para o mercado de telecomunicaçoes brasileiro. O principal mercado, porém, será a transmissao de imagens para televisao. Parte da capacidade do satélite será voltada para o mercado americano. Atualmente, apenas a Embratel, comprada em julho pela americana MCI, explora os cinco satélites brasileiros.




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