O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no fim da tarde de quinta-feira em Santiago para participar da 17ª Cúpula Ibero-Americana. Mais do que o encontro de 22 chefes de Estado para debater o tema escolhido para este ano, a coesão social e políticas de inclusão, a reunião será o pano de fundo para uma série de conversas bilaterais. Dessas, a mais aguardada é com o presidente da Bolívia, Evo Morales.

A proposta é inaugurar uma nova etapa na parceria entre os dois países, superando o desgaste gerado pelas medidas adotadas pelo governo boliviano que prejudicaram os investimentos do Brasil naquele país.

Crise - A crise começou com o envio de tropas às instalações da Petrobras e terminou com a venda das duas refinarias. Sem os investimentos prometidos pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Bolívia buscou uma nova aproximação com o Brasil.

Lula deverá reforçar a aproximação com Morales, dentro da linha básica da política externa brasileira que integrar é melhor do que isolar. Agora, porém, as regras são outras.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que esteve em La Paz na terça-feira, afirmou que há um novo marco regulatório naquele país, um novo contrato de fornecimento de petróleo e novas regras, e que a retomada dos investimentos seria estudada nesse ambiente.

Os presidentes do Brasil e da Bolívia conversarão na capital chilena, mas a idéia é anunciar as medidas que forem decididas em 12 de dezembro, quando o brasileiro irá à capital boliviana.