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Acidente abala recuperaçao econômica da Boeing
Do Diário do Grande ABC
04/11/1999 | 18:14
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Justamente quando parecia que a Boeing Co. havia voltado finalmente ao caminho da prosperidade econômica, uma semana de más notícias e mortes acidentais estremeceu a maior empresa aeronáutica do mundo. Diferentemente de seus recentes problemas financeiros e de produçao, os últimos casos afetam a confiança pública na Boeing: a segurança de suas aeronaves, que transportam milhoes de pessoas em todo o mundo.

Os analistas da indústria e da direçao da Boeing coincidem na avaliaçao de que é improvável que o ocorrido cause danos permanentes à empresa.

A Boeing se viu obrigada, na segunda-feira, a interromper temporariamente a entrega de quatro avioes porque um componente da cabine de comando, que protege os elementos eletrônicos da condensaçao, havia sido fabricada indevidamente e poderia incendiar-se facilmente.

Os executivos da Boeing afirmaram que a decisao de suspender essas entregas nao estava relacionada ao acidente da EgyptAir e sustentaram que o problema nao apresentava preocupaçoes imediatas de segurança.

As especulaçoes sobre a causa do acidente de domingo se concentraram em um problema do inversor de impulso em uma das turbinas, mas até agora nao houve provas de que uma falha mecânica tenha contribuído para o desastre.

A reputaçao da Boeing - e a segurança de viajar em avioes comerciais - ajudará a companhia, disse o presidente da Associaçao de Viajantes Aéreos, David Stempler. "A Boeing tem uma enorme confiança entre o público. É difícil abalar esse tesouro rapidamente", acrescentou.

Os acidentes aéreos fatais sao raros e a maioria deve-se a erros do piloto ou algum outro "fator humano", e nao à falha mecânica, ressaltou Stempler.

A Boeing já enfrentou outros problemas. Em 1997 e 1998, a companhia foi afetada por problemas com a linha de produçao e atrasos na entrega, que lhe custaram bilhoes de dólares. A crise financeira asiática contribuiu ainda mais para esses prejuízos. Este ano, a companhia voltara a gozar de boa saúde financeira, com planos de entregar aproximadamente 620 avioes comerciais.

Analistas lembraram que nao deve ser surpresa o fato de a maior parte dos acidentes aéreos fatais no mundo envolver avioes da Boeing ou da McDonnell Douglas, que a primeira adquiriu em 1997, porque a "Boeing tem 85% dos avioes do mundo. Portanto, é possível que tenha 85% dos acidentes", disse o especialista Paul Nisbet.

Desde 1º de janeiro de 1994, houve aproximadamente 46 acidentes aéreos fatais, 41 dos quais foram com avioes Boeing ou McDonnell Douglas, incluindo os 10 ocorridos nos Estados Unidos nesse período.




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