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Preço do diesel aumenta R$ 0,28 desde início do ano

No Grande ABC, combustível custa em média R$ 3,61; até amanhã, porém, deve subir R$ 0,04

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/12/2019 | 07:18
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Claudinei Plaza/DGABC


Combustível utilizado por veículos pesados, como caminhões e ônibus, o óleo diesel está custando 8,4% a mais na região do que no início de 2019. Enquanto o valor do litro chegava a uma média de R$ 3,33 em janeiro, na última semana, custava R$ 3,61, ou seja, R$ 0,28 a mais.

Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e foram tabulados pela equipe do Diário. Os valores se referem ao combustível comum – também há o diesel S10 – e mostram que, apesar da média, o litro pode chegar a custar R$ 3,89 em Mauá.

Com o reajuste anunciado na terça-feira pela Petrobras, a expectativa é a de que o combustível encareça mais R$ 0,04, impulsionado pela alta do dólar e pelo fato de estar abaixo da paridade internacional. No início do ano, a cotação do combustível ainda tinha resquícios da antiga política de subsídios de parte do valor, adotada pelo governo anterior como resposta à greve dos caminhoneiros de maio de 2018. Neste ano, a empresa anunciou variações a cada 15 dias, baseada no preço internacional do petróleo.

Segundo o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), Wagner de Souza, o valor já está sendo repassado pelas distribuidoras e espera-se que até amanhã já chegue na bomba. “A alta do dólar foi o que influenciou no valor do diesel. O problema é que o mercado (de revenda) está muito competitivo, mas não está crescendo, então muitas vezes o posto não repassa o valor, espera o próximo aumento para ver como o mercado vai reagir. No caso do diesel, o último aumento foi no fim setembro”, explicou.

Com esta situação, as transportadoras acabam sofrendo com a interferência direta no valor do frete. Diretor do Setrans (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Grande ABC), Fábio Brigidio afirmou que, por conta do combustível, o custo do frete teve acréscimo de 9%, já que o insumo representa de 30% a 40% do valor total. Porém, devido à lenta retomada da economia, ele não costuma ser repassado integralmente às empresas que solicitam o serviço.

“Tivemos um crescimento neste ano, mas que foi bem tímido e insuficiente por conta da capacidade produtiva, que vem apresentando queda nos últimos quatro anos. A economia ainda patina. As margens de lucro estão muito baixas e a alta do combustível corrói esses índices ainda mais”, disse.

Segundo ele, desde 2015, no auge da crise econômica, 30% das empresas do setor da região encerraram as atividades. Atualmente, são cerca de 3.000 CNPJs nas sete cidades, sendo que 700 deste total são referentes às transportadoras – a maior parte corresponde ao registro de profissionais autônomos. “O frete aumenta o custo e a empresa não consegue repassar, então muitas vezes o negócio de transporte deixa de ser viável. O cenário ainda pode se agravar porque o diesel é um item, mas também tem a questão da tabela de frete, legislação normativa e seguro, o que acaba encarecendo o custo do setor”, afirmou Brigidio.

ETANOL E GASOLINA

Ao mesmo tempo, o etanol e a gasolina também registraram aumento nos postos do Grande ABC. A gasolina teve dois reajustes nas últimas semanas e já chega à média de R$ 4,39 o litro, de acordo com fontes do setor. Devido à maior procura pelo etanol, que está no fim da safra, chega a R$ 2,99.

O Diário questionou a Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência) sobre o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
 




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