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IRA afirma estar disposto a depor armas
Do Diário do Grande ABC
14/02/2000 | 15:17
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O Secretário Britânico para Assuntos da Irlanda do Norte, Peter Mandelson, disse nesta segunda-feira que o IRA, Exército Republicano Irlandês, deu os ``primeiros sinais' de que está disposto a depor as armas como forma de incentivar o acordo de paz na Irlanda do Norte. Mandelson, que na última sexta-feira cessou os poderes do gabinete católico-protestante da província e assumiu seu controle direto, advertiu, entretanto, que o grupo proscrito deve deixar bem clara sua posiçao antes de poder restabelecer o governo misto.

A medida de Mandelson retirou os poderes da coalizao de quatro partidos, que ainda assim continuam existindo oficialmente, apenas 10 semanas depois de sua criaçao como parte do chamado Acordo de Sexta-feira Santa de 1998. A suspensao do gabinete foi efetivada apesar de uma oferta de último minuto do IRA à comissao de desarme, que deve supervisionar a destruiçao do arsenal do grupo antes de maio.

A comissao informou que o IRA, pela primeira vez, considera as circunstâncias sob as quais tornaria suas armas 'inutilizadas``. ``Nem por um momento minimizo a importância disto. Se significa realmente o que parece, seria o primeiro indício de que o IRA está afinal de contas disposto a depor as armas de uma vez vez por todas``, declarou Mandelson. Contudo, em discurso diante de uma sessao conjunta de legisladores britânicos e irlandeses, Mandelson enfatizou que a proposta do IRA é muito difusa e muito tardia para evitar a suspensao do gabinete. Disse ainda que a iniciativa do grupo menciona a possibilidade de um desarme, mas sem indicar 'quando e como``.

Em novembro, os Unionistas do Ulster, o principal partido protestante, aceitou fazer um governo com o Sinn Fein, braço político do IRA, com a esperança de que assim o IRA começaria a desarticular seu arsenal. Quando isso nao aconteceu, Mandelson disse que seria obrigado a intervir para evitar o colapso total do acordo, embora, segundo declarou, ainda esperasse poder restaurar os poderes rapidamente. 'Algumas pessoas comentaram que violei o acordo. Mas ao contrário disso, agi no sentido de salvar o acordo. O consenso para a continuaçao das instituiçoes simplesmente nao existia. Nao quero que o governo direto prevaleça num um minuto a mais do que o necessário'.

Mandelson fez as declaraçoes horas antes de se encontrar com o Chanceler irlandês Brian Cowen, em Belfast, para debater como proceder para resgatar o acordo. A estreita cooperaçao entre os governos britânico e irlandês tornou possível os avanços políticos na província nos últimos 15 anos.




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