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Na terra das Cavalhadas
Vanessa Fajardo
Enviada a Pirenópolis
09/07/2009 | 07:00
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Mais do que a terra natal da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, e cenário das gravações da novela global protagonizada pela cantora Sandy, a cidade de Pirenópolis (a 150 quilômetros de Brasília e 120 de Goiânia) é destino para quem procura o aconchego do interior do Brasil. É lá que políticos e celebridades costumam se hospedar aos fins de semana para espantar o estresse, aproveitar a belezas do cerrado, passear pelas ruas de pedra e ser gente normal. Aliás, se durante a semana Piri, como é chamada pelos moradores, é uma cidade de pouco movimento, não dá para dizer o mesmo a partir das sextas-feiras. Aos fins de semana, a população, de 20 mil habitantes, chega a dobrar com a presença dos visitantes vindos principalmente de Brasília.

Piri também é conhecida por ter a mais rica e famosa Festa do Divino, com direito a Cavalhadas. A manifestação representa a luta entre mouros e cristãos e mescla religiosidade, tradição e diversão sempre no 50º dia após a Páscoa.

Famílias inteiras se mobilizam nos preparativos. Os homens, somente eles, saem para as ruas com máscaras de bois, montados em cavalos enfeitados, para participar das Cavalhadas, que dura três dias.

Quanto mais enfeitada a fantasia, melhor. Os chifres das máscaras levam flores e fitas coloridas e as roupas são confeccionadas com tecidos cheios de brilho. Apesar de chamar atenção pela imponência do traje, o cavaleiro não pode, em hipótese alguma, ser reconhecido. Nem mesmo pela família. É por isso que por baixo das máscaras feitas de papel machê há um tecido preto bem fino que esconde o rosto e só tem pequenas brechas para olhos e lábios.

No primeiro dia de Cavalhadas ocorre a luta entre mouros (vestidos de vermelho) e cristãos (azul). São 12 homens de cada lado. No segundo dia, os mouros são convertidos para que, no último dia, comemorem a amizade. "Os papéis são tão disputados que quando há vagas temos de fazer um sorteio", conta a dona de casa Célia Fátima de Pina, 55, que hoje coordena o Museu das Cavalhadas montado pela mãe. No local há fantasias e fotografias dos homens da família que participavam da festa. O museu fica na Rua Direita, 39.

A Direita - principal via, repleta de casarões - já foi conhecida como Rua das Bestas porque era lá que os viajantes paravam para descansar com seus animais. Ainda é possível encontrar nas sarjetas argolas de ferro usadas para amarrar as mulas. Cada canto da cidade revela uma história e há sempre um pirenopolino disposto a contá-la com disposição e amor.




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