Levado à cena política por sua luta pela prefeitura contra o igualmente socialista Jack Lang nas primárias do partido, Delanoe se encontrou subitamente sozinho na corrida eleitoral quando Lang aceitou integrar o gabinete de Jospin no cargo de ministro da educação.

Delanoe continuou então uma campanha eleitoral "tranqüila", sendo criticado por seus detratores por "sua falta de carisma", ao que respondia em tom firme que "o verdadeiro carisma é o laço entre um candidato, um eleito e os cidadãos, na simplicidade".

"Criar as condições de uma alternância positiva", "federar as energias", "ser útil aos parisienses", foi o que repetiu incansavelmente o socialista Delanoe durante toda sua campanha para as municipais.

Para seus companheiros de partido, se trata de uma pessoa "tenaz, sensível, exigente e fiel".

Bertrand Delanoe entrou para o Partido Socialista aos 23 anos de idade, em 1972, escalando rapidamente os diversos cargos do partido: secretário da federação de Aveyron (sudoeste da França) aos 23 anos, membro do comitê diretor aos 29, porta-voz do partido aos 31 e secretário nacional encarregado da federação aos 33.

Em Paris, sempre ganhou as eleições desde 1977. Foi deputado do distrito de Montmartre em 1981 e eleito senador em setembro de 1995.

Nascido em Túnis a 30 de maio de 1950, filho de um geômetra, saiu da Tunísia aos 14 anos de idade. Em Bizerta (Túnis) aluga uma pequena casa onde passa suas férias e recebe numerosos amigos.

Passou sua juventude em Rodez (sul da França) e depois seguiu os estudos de economia política em Toulouse (sudoeste).

Este simples morador do bairro VI de Paris adora caminhar pelas ruas da cidade, entra nos cafés e freqüentemente vai à ópera.

Sua palavra mais usada é "honra", a que lhe inspirou um livro-manifesto chamado "Pela honra de Paris".

Magro, às vezes colérico, muito ativo, cabelos castanhos, foi um pioneiro na política francesa ao revelar em novembro de 1998 sua homossexualidade.