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Semelhantes só no porte

408 e J5 representam Peugeot e JAC no segmento de sedãs, mas diferenças se sobressaem

Vagner Aquino
25/04/2012 | 07:00
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Quando o JAC J5 foi lançado (em meados de março), o presidente da marca no Brasil, Sérgio Habib, usou a seguinte frase: "Nosso carro tem porte de Civic com preço de City". Fora isso, ainda enfatizou que o novo modelo tinha exatamente os mesmos 2,71 metros de entre-eixos que o Peugeot 408. Partindo deste princípio, decidimos fazer esse comparativo.

De um lado, o J5 traz motor 1.5 VVT 16V a gasolina de 125 cv e 15,5 mkgf de torque a 5.500 rpm. É um pouco fraco em subidas. Em ladeiras mais íngremes, foi necessário engatar a primeira marcha para prosseguir. Na estrada, aos 120 km/h, além de trepidar e ser bastante ruidoso, o sedã apresenta direção extremamente folgada. Chega a passar a sensação de insegurança em altas rotações.

Já o 408 carrega o bloco 2.0 16V Flex de até 151 cv - quando abastecido com etanol. O torque máximo de 22 mkgf a 4.000 rpm é fundamental para dar força ao sedã de 1.468 quilos (o J5 é 153 quilos mais leve). Os 100 km/h são atingidos em 10,4 segundos. O JAC demora 11,8 segundos para atingir a mesma velocidade.

Mas, quando se fala em sedã, a proposta é mais voltada para a família, correto? Então, deixemos de lado os dados de desempenho e vamos ao conforto.

Como dito no início do comparativo, ambos têm o mesmo espaço entre os eixos. Por dentro, os dois são bem espaçosos e acomodam bem os cinco ocupantes, com folga para as pernas e para a cabeça, principalmente para quem vai no banco de trás.

Mas as suspensões do J5 filtram melhor as irregularidades do solo (que são muitas quando se fala em ruas e estradas brasileiras), delegando mais suavidade a bordo. Por falar em interior, nenhum dos dois traz bancos de couro na lista de série, são revestidos em veludo.

Outra vantagem do sedã chinês é a transmissão (manual de cinco velocidades), que tem relações mais precisas que a do Peugeot. Embora mais duro, o câmbio tem engates mais curtos, resultando em trocas mais rápidas.

Mas quando o assunto pende para o lado dos itens de série, o Peugeot abre vantagem novamente. Embora a JAC apele para o lema de ter carros completos, quem traz equipamentos como computador de bordo, direção eletro-hidráulica, regulagem também de profundidade para o volante e freios ABS com AFU (auxílio à frenagem de urgência) e REF (repartidor eletrônico de frenagem) é o 408. Vale ressaltar que, no JAC, os freios antitravamento trabalham em conjunto com o EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem).

Se o modelo oriental tivesse seguido sua proposta inicial de concorrer no segmento de sedãs médios, com motor maior e mais equipamentos de série, poderia ter dado mais sorte e, quem sabe, vencido essa batalha. Resta saber como ele se porta frente a modelos como Honda City, Kia Cerato e Ford New Fiesta, por exemplo, que trazem semelhança tanto na proposta e motorização, quanto no preço.

Veredicto

No segmento de sedãs, o que realmente importa é o conforto, por isso o 408, que tem lista de equipamentos mais generosa, ganha este duelo. Vale dizer que o J5 também merecia motor maior.




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