O secretário-geral das ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, desmentiu nesta sexta-feira ter desempenhado algum papel na retirada dos nomes do irmão e do cunhado do presidente da Síria, Bachar al-Assad, do relatório da comissão internacional encarregada pela investigação do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri.

Annan "sempre insistiu na importância da independência da comissão" liderada por Detlev Mehlis, afirmou o porta-voz do secretário-geral em comunicado. "Essa é a investigação dele, esse é o informe dele".

"O secretário-geral não tentou em nenhum momento exercer uma influência sobre o conteúdo do informe", afirmou. O juiz alemão Mehlis admitiu nesta sexta-feira que os nomes de Asef Shawkat, casado com uma irmã do presidente sírio, e Maher Assad, irmão de Bachar al-Assad, foram retirados da versão definitiva do texto.

Mehlis negou ter sido pressionado para riscar esses nomes, uma ação que atribuiu ao respeito à "presunção de inocência" e ao fato de que não existem evidências do envolvimento de ambos além da declaração de uma testemunha. "Nenhuma das mudanças foi resultado da influência de ninguém", insistiu Mehlis.

A comissão internacional da ONU que investigou a morte de Hariri afirmou em suas conclusões que altos dirigentes de segurança e inteligência sírios participaram da conspiração para matar o ex-premiê, e acusou Damasco de ter tentado atrapalhar as investigações.