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15 mil soldados de origem hispânica lutam pelos EUA
Da AFP
27/03/2003 | 15:50
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Quase 15 mil militares dos Estados Unidos mobilizados no Iraque e na região do Golfo Pérsico são de origem hispânica, informou o Pentágono, e vários deles pagaram com a vida e a liberdade o custo da guerra.

Dois dos primeiros soldados dos Estados Unidos que morreram em combate no Iraque foram um guatemalteco e um mexicano; dos sete prisioneiros de guerra do regime iraquiano uma é panamenha e outro é filho de mexicanos. Embora o Pentágono não tenha o número exato dos militares de origem hispânica no Iraque e seus arredores, afirma que há uma proporção de 6% de efetivos de origem hispânica no total das Forças Armadas, explicou a tenente-coronel Cynthia Scott-Johnson.

Em 2002, 129.254 militares americanos eram de origem hispânica, explicou a porta-voz do Pentágono. Destes, 55.380 eram mexicanos, 22.881 porto-riquenhos, 1.740 cubanos e os demais de outras nacionalidades, segundo um documento do departamento de Defesa. A proporção de 6% é ainda inferior ao percentual de 13,2% da população hispânica nos Estados Unidos, equivalente a 37 milhões de pessoas, o que a torna a principal minoria racial do país desde julho de 2001.

Muitos se alistam em busca de oportunidades de estudo e de trabalho seguro, teto e comida. Outros, como a maneira de obter finalmente sua cidadania americana, graças a um novo programa que agiliza os trâmites.

Mas para se alistar, todos devem ter o cobiçado "green card", o visto de residência, explicou Scott-Johnson. "Não estamos mandando (soldados ao Iraque) obedecendo a um código étnico, nem sequer (estamos) mirando grupos étnicos ou percentuais", apressou-se a afirmar Scott-Johnson.

No entanto, o presidente George W. Bush aprovou no ano passado um decreto que concede cidadania com maior rapidez que os cinco anos de praxe a todos os estrangeiros alistados nas Forças Armadas antes dos atentados de 11 de setembro de 2001. Um dos primeiros mortos em combate em Umm Qasr (sul do Iraque), sábado passado, foi o marine José Gutiérrez, nascido na Guatemala há 22 anos.

Gutiérrez era menino de rua na cidade da Guatemala, residente dos programas de assistência da Casa Aliança. Em 1997 foi para os Estados Unidos, onde foi detido pelo Serviço de Imigração e Naturalização (SIN). Mais tarde, ele obteve o direito de asilo e foi criado por uma família no sul da Califórnia.

Jose Angel Garibay, um mexicano de 21 anos, também morreu em combate em Nasiriya (sul do Iraque). Ele nasceu em Jalisco e entrou na marinha em 1999. No mesmo ataque morreram seis colegas deles, entre eles o marine Jorge González, 20 anos, de Los Angeles, de quem se sabe pouco até o momento.

Dos sete militares dos Estados Unidos tomados como prisioneiros de guerra, a única mulher, Shoshana Johnson, 30 anos, nasceu no Panamá. Era sargento da 507ª Companhia de Manutenção do Forte Bliss (El Paso, Texas), onde atuava como cozinheira. Deixou o país natal em 1979, quando seu pai se aposentou como bombeiro no Canal do Panamá. Edgar Hernández, 21 anos, capturado domingo numa emboscada em Nasiriya junto a Johnson, é filho de imigrantes mexicanos e nasceu no Texas.




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