O principal responsável pela tragédia que matou nove escoteiros neste fim de semana, Clayton Félix da Silva, também terá que responder por aliciamento. Segundo denúncias das próprias crianças e seus pais, Clayton, que nao era cadastrado como escoteiro, abusava sexualmente das meninas durante os acampamentos. Se condenado, ele poderá pegar até 270 anos de cadeia.

Enterro - Num clima de muita revolta, os escoteiros foram sepultados na manha deste domingo, no cemitério do bairro Buenos Aires, zona norte de Teresina. Eles morreram afogados no rio Poti quando participavam de um retiro no povoado Pedra Miúda, zona rural de Teresina. O delegado Wellington Marinho Porto, do 10º Distrito Policial, encarregado das investigaçoes, informou que o inquérito do chefe dos escoteiros, Clayton Félix da Silva, que se encontra foragido, será concluído ainda nesta segunda-feira.

As crianças saíram de suas casas, nos bairros Buenos Aires e Agua Mineral, por volta das 23h, em um caminhao fretado pelo grupo. Foram direto para o povoado Pedra Miúda e acamparam às margens do rio Poti, onde armaram barracas e passaram toda a noite acordados. Por volta das 6h, eles foram escovar os dentes e um dos garotos resolveu banhar-se.

Como o local é profundo por causa das dragas que retiravam areia do leito do rio, os garotos começaram a se afogar. Os amigos que tentaram salvá-los pularam na água e também morreram. O último corpo resgatado na manha deste domingo foi o de Moisés Rodrigues dos Santos, de 12 anos.

O delegado José Wellington Porto Marinho afirmou que nao há dúvidas da negligência dos responsáveis pelos garotos. Citou Clayton Félix da Silva como o principal envolvido, já que ele abandonou os meninos às 5 horas, segundo ele, para conceder uma entrevista a uma emissora de televisao de Teresina, deixando as crianças sob a responsabilidade dos coordenadores conhecidos como Clóvis, Anselmo e Antonio Francisco.