Cúpula da companhia informa vereadores que concessão passará pela casa na próxima semana
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A cúpula da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou a vereadores de Mauá que pretende assinar até o dia 15 de dezembro acordo para reassumir o abastecimento de água no município, dando fim à novela envolvendo o impasse sobre o futuro da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).
Na tarde de ontem, o superintendente da área Sul da companhia paulista, Roberval Tavares de Souza, se reuniu com parlamentares para detalhar os termos do iminente acordo que a estatal celebrará com o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB). A reunião ocorreu a portas fechadas e a entrada da imprensa e até mesmo de assessores dos vereadores foi vetada, o que irritou alguns parlamentares.
O Diário apurou que o representante da Sabesp revelou que a negociação em andamento com a gestão Atila envolve a entrega da Sama pelo período de 40 anos, semelhante ao trato formulado com Santo André nos últimos meses. A diferença é que, em Mauá, os serviços de saneamento básico não estão nas mãos do município – a BRK Ambiental é a concessionária responsável. Com a negociação, a Sabesp teria se comprometido a amortizar a dívida, na ordem de R$ 3 bilhões, ao longo dessas quatro décadas de parceria. Também teria garantido investimento na rede, nesse mesmo período, de cerca de R$ 220 milhões.
Segundo relatos de parlamentares que participaram da reunião, a Sabesp avisou que o projeto prevendo a autorização para concessão da Sama será enviado à casa até o fim desta semana. Ainda de acordo com o calendário passado pela Sabesp e revelado pelos vereadores, a ideia é a de que seja realizada audiência pública somente no fim do mês. Outra questão narrada pelos vereadores é a de que não haverá reajuste na conta de água no próximo ano, mas que já há previsão de aumento significativo a partir de 2021.
O oposicionista Adelto Cachorrão (Avante) criticou o que chamou de “incoerência” do governo Atila. “Como explicar que antes o prefeito discordava da dívida com a Sabesp e agora está tudo certo? Não dá para jogar lona em cima dessa discussão”, disparou. Cachorrão se referiu ao débito relacionado à diferença na compra da água no atacado. Há entendimento antigo na administração municipal – com ações judiciais favoráveis ao município, inclusive – de pagar menos que o valor cobrado pelo metro cúbico da água.
FALTA DE ÁGUA - A volta da Sabesp em Mauá virou a principal bandeira de Atila como promessa de findar a falta de água na cidade. Antes crítico à entrega da Sama, o socialista mudou o discurso ao se deparar com a imagem arranhada devido às duas prisões e ao impeachment que sofreu – e que conseguiu anular liminarmente na Justiça paulista. A Sabesp teria prometido ainda absorver os servidores de carreira da Sama e garantir estabilidade aos funcionários pelo período de três anos.
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