As exportaçoes foram as primeiras a reagir, puxando a indústria e estimulando, num segundo momento, um volume maior de emprego, com a ocupaçao crescendo, atualmente, a um ritmo de 5,4%, ano contra ano.

``A retomada da produçao e do emprego, com estabilidade e fundamentos sólidos, favorece a expansao dos gastos privados, estimulados pelo crédito e maior confiança no futuro. O aumento do crédito reflete-se nas vendas do comércio varejista, em simbiose positiva com a recuperaçao da massa de salários, que começa a observar', analisa o boletim da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

O documento aponta, ainda, que a ira, apontada pelo Boletim de Acompanhamento Macroeconômico, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda, em Brasília, tem três implicaçoes, segundo o documento. A primeira é que a recuperaçao da economia custa a ser percebida pela populaçao. Isso se deve, de acordo com o boletim, ao fato de que, em seu momento inicial, a retomada da economia concentra-se nas vendas das indústrias e nos indicadores de produçao. A segunda implicaçao é que o crescimento tem sustentabilidade, do ponto de vista das contas externas e internas. Por último, conforme o consumo interno e a massa de salários passam a mostrar reaçao mais firme, cresce a resposta da receita tributária à expansao da economia, melhorando o perfil das contas fiscais, aumentando a credibilidade do regime fiscal e liberando poupança privada para ampliaçao dos investimentos.

Brasília - O Boletim assinala que o ambiente externo é um fator preocupante na economia brasileira, uma vez que no âmbito interno verificam-se a queda recorde dos índices de inflaçao, superávits expressivos nas três esferas do governo, recuperaçao de atividade e do emprego, e crescimento das exportaçoes de manufaturados.

Como elementos negativos no cenário internacional, o Boletim lembra da tentativa de controle do crescimento excessivo da economia americana, a alta do petróleo, e a crise na economia argentina. Entretanto, o Boletim ressalta que, nas últimas duas semanas, começaram a surgir sinais que a economia dos Estados Unidos poderia estar iniciando um processo de desaceleraçao gradual.

Quanto à alta dos preços do barril de petróleo, o documento considera que, se isso persistir, vai apresentar mais uma vez ao Brasil o dilema da conta petróleo, que envolve resultados fiscais e pressoes inflacionárias. Porém, ressalta que esse é um dilema conhecido para o governo, ``que vem lidando com ele sem que se tenha comprometido, em momento algum, as metas de superávit primário, de um lado, ou as metas de inflaçao, de outro``.

Em relaçao aos problemas enfrentados pela Argentina, o Boletim mostra confiança em que o pacote anunciado pelo governo daquele país surtirá os efeitos desejados.