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Generais da ditadura militar sao condenados à prisao perpétua
Do Diário do Grande ABC
06/12/2000 | 13:00
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A Segunda Corte, presidida pelo juiz Mario D'Andria, composta por 10 jurados populares, emitiu a sentença depois de quatro horas de deliberaçoes. Outros cinco militares argentinos foram condenados a 24 anos de reclusao à revelia pelo desaparecimento e morte de cidadaos ítalo-argentinos.

Com um demorado e emocionado aplauso foi recebida a sentença pelos parentes das vítimas presentes na sala de máxima segurança da prisao de Rebibbia, onde se realizaram todas as audiências do processo, iniciado a 21 de outubro de 1999.

Alguns parentes das vítimas, como Estela Carlotto, presidente da organizaçao humanitária Avós da Praça de Maio, mae e avó de dois dos casos julgados, explodiram em pranto.

``Este é um exemplo da Itália para o mundo', afirmou Estela Carlotto com a voz embargada.

Os quatro suboficiais condenados de Tigre (a poucos quilômetros de Buenos Aires), Julio Roberto Rossin, Alejandro Puertas, José Luis Porchetto e Omar Maldonado, assim como o ex-prefeito dessa regiao, Juan Carlos Girardi, foram condenados pelo desaparecimento do sindicalista Martino Mastinu, mas foram absolvidos pela morte de Mario Marras, cujo corpo foi encontrado com 13 balas em 1976.

O ex-general Suárez Mason, atualmente em prisao domiciliar na Argentina pelo roubo de bebês nascidos em cativeiro, foi condenado à cadeia perpétua pelo homicídio com agravantes nos casos de Laura Estela Carlotto, Roberto Julio Morresi -irmao de Claudio Morresi, destacado ex-futebolista da seleçao argentina-, Pedro Luis Mazzochi, Daniel Jesús Ciuffo e Luis Alberto Fabbri e pelo desaparecimento do bebê Guido Carlotto, filho de Laura Estela.

Durante o processo foram ouvidos mais de 70 testemunhos das atrocidades cometidas pela ditadura militar argentina.

Dos 600 casos denunciados à justiça italiana em 1983, os juizes decidiram que havia elementos para abrir um processo em somente oito deles. O processo, que teve numerosos contratempos, chegou a ser arquivado e reaberto por ordem do ministério da justiça italiana.




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