Último dia da produção é amanhã; ainda não há conclusão sobre empresa que deve assumir a fábrica de São Bernardo
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Em assembleia realizada nesta manhã, em frente à fábrica da Ford em São Bernardo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou aos trabalhadores que ainda não há conclusão sobre quem deve assumir a empresa. Cerca de 600 trabalhadores do chão de fábrica serão demitidos. A produção da unidade vai até amanhã.
A Ford possuía cerca de 2.200 trabalhadores em São Bernardo no início do ano, quando anunciou o fechamento da fábrica devido à saída do segmento de caminhões na América Latina. Aproximadamente 1.200 colaboradores já foram desligados desde então.
O sindicato também informou que toda a área administrativa da Ford será transferida para o bairro da Vila Olímpia em São Paulo em março de 2020.
“Essa é uma assembleia de despedida de cada um de vocês como trabalhadores da Ford, mas nós não desistimos dessa historia”, afirmou o presidente da entidade Wagner Santana da Silva, o Wagnão. Segundo ele, as negociações ainda não se concretizaram por “uma decisão política do BNDES.”
No início de setembro, o grupo brasileiro Caoa assumiu publicamente interesse em comprar a planta da região. Porém, mesmo após a assinatura de um protocolo de intenções no Palácio dos Bandeirantes na época, as negociações seguem indefinidas. O grupo brasileiro teria pedido empréstimo ao BNDES, que foi negado.
Wagnão afirmou que foram diversas reuniões com a empresa. “Estava 99% certo para o acordo se concretizar. E agora travamos nesses 1%”, disse aos trabalhadores. A entidade já negociou condições de trabalho com a Caoa, que inclui salários menores para a absorção de pelo menos 800 ex-funcionários da Ford.
Na última semana, em agenda em São Bernardo, o governador João Doria (PSDB) admitiu a possibilidade da compra da unidade por uma montadora chinesa como um ‘plano B’.
O sentimento dos trabalhadores era de tristeza. Leonardo Otero Cischim, 40 anos, trabalhou por 11 no setor de qualidade. Ele foi dispensado em julho e desde então não foi chamado para nenhuma entrevista.
“Esperamos que a Caoa, ou qualquer outra empresa que assuma, reconheça a nossa qualificação nesse tempo que tivemos de Ford. Temos esperança e fé que as negociações se concretizem “, disse.
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