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Menem e Aliança Opositora apóiam o Mercosul
Do Diário do Grande ABC
31/01/1999 | 17:39
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O governo do presidente Carlos Menem e a Aliança Opositora, numa de suas raras coincidências, expressaram seu apoio ao Mercado Comum do Sul (Mercosur) e ao Brasil, principal sócio do grupo, atualmente envolvido por uma grave crise econômica. A oposiçao, contudo, criticou o governo por estar sem uma estratégia para enfrentar a desvalorizaçao do real brasileiro e por causa da proposta apresentada por Menem de 'dolarizar `` as moedas regionais.

Em Buenos Aires, aguarda-se com expectativa a reuniao que Menem terá em 8 de fevereiro com seu colega brasileiro Fernando Henrique Cardoso, para avaliar o impacto da situaçao do Brasil sobre o comércio bilateral. O Brasil recebe 30% das exportaçoes argentinas e a desvalorizaçao do real já tem efeitos preocupantes nas indústrias de veículos, de produtos lácteos e de petróleo.

O apoio ao Mercosul e a solidaridade com o Brasil foram manifestados sábado no Foro Econômico Mundial reunido em Davos, Suiça, e teve como porta-vozes o Chanceler Guido Di Tella, o candidato a presidente pela oposiçao, Fernando de la Rúa, e Graciela Fernández Meijide, candidata da Aliança a governadora da província de Buenos Aires. Di Tella se reuniu com seu colega brasileiro Luiz Felipe Lampreia e depois declarou à imprensa que 'acertamos que nao devemos tomar medidas precipitadas e que vamos defender a idéia do Mercosul diante de qualquer dívida externa. Vamos continuar também com calma nossas negociaçoes internas para resolver os desequilibrios originados pela nova situaçao``.

De la Rúa, líder do governo autônomo da cidade de Buenos Aires, declarou que o Mercosul, do qual também fazem parte Paraguai e Uruguai, 'é uma opçao estratégica e um caminho que empreendemos sem retorno possível. A única coisa que temos que fazer diante de uma crise é acertar com o Brasil como compensar desequilíbrios``.

A deputada Fernández Meijide tentou minimizar o mal-estar brasileiro por causa de uma proposta de dolarizaçao apresentada por Menem, dizendo que 'foi um gesto para afirmar que nossa moeda nao será desvalorizada``. Outro líder da oposiçao, o candidato a vice-presidente Carlos Alvarez, disse em declaraçoes esta manha que Menem e seu ministro da Economia, Roque Fernández, 'nao tiveram uma estratégia `` e um plano alternativo diante da desvalorizaçao da moeda brasileira. Alvarez culpou o governo por 'nao oferecer saidas ao Brasil. Cada funcionário aparece oferecendo receitas, como a dolarizaçao, que é uma idéia que deve ser abandonada``, declarou.




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