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Conferência de Mulheres discute impacto da globalizaçao
Do Diário do Grande ABC
06/06/2000 | 17:50
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O impacto da globalizaçao sobre as mulheres esteve no centro dos primeiros debates da sessao especial das Naçoes Unidas, dedicada à avaliaçao dos avanços conseguidos desde a realizaçao de Conferência de Pequim, de 1995.

"Os benefícios da globalizaçao nao sao para todo o mundo, inclusive no meu país", disse Hillary Clinton, primeira-dama americana, que citou o tráfico de mulheres como "subproduto mais trágico" da globalizaçao. "Cerca de 70% das pessoas mais pobres do mundo sao mulheres, e para elas a globalizaçao significa marginalizaçao".

Mais enfática, a delegada cubana, Vilma Espín Guillois, denunciou nesta terça-feira "o impacto devastador da globalizaçao neoliberal. Em 1999 as três pessoas mais ricas do mundo ganharam o mesmo que o total do Produto Interno Bruto dos 49 países mais pobres". Ela propôs "outro tipo de globalizaçao, solidária e racional, que englobe a todo o mundo, homens e mulheres".

Os países em desenvolvimento mostraram posiçoes muito mais diversas do que há cinco anos, em Pequim, especialmente no que concerne o aspecto sexual. Mas concordaram em um ponto: os países ricos devem ajudá-los financeiramente a implementar as resoluçoes em Pequim.

"Nos períodos de contraçao econômica, as mulheres e as crianças pagam o preço da crise, especialmente pela reduçao dos orçamentos dos serviços sociais e de saúde", comentou Noelen Heyzer, diretor da Unifem (Fundo das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento das Mulheres).

Segundo os autores do informe da conferência, os acordos internacionais sobre as mulheres dos últimos dez anos ignoraram o empobrecimento do setor e se concentraram nas questoes de educaçao e saúde. Eles destacaram que os futuros acordos internacionais terao que incluir objetivos precisos para reduzir a percentagem de mulheres pobres até 2015 e elevar a presença delas em postos de decisao a pelo menos 30% até 2005.

Atualmente, só em oito países (Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Islândia, Noruega, Africa do Sul, Suécia e Holanda) há 30% de mulheres nos parlamentos. Nos Estados Unidos as mulheres ocupam 12% das cadeiras do Congresso.




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