A floresta amazônica pode ajudar o Brasil a criar novas indústrias sem que o país seja submetido às rígidas normas internacionais de emissao de gás carbônico na atmosfera. Estudos desenvolvidos por 80 cientistas americanos e brasileiros reunidos ontem, em Belém, sob o patrocínio da Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa),revelaram que a floresta amazônica absorve uma grande quantidade de todo o gás carbônico jogado da atmosfera.

Para o professor do Instituto de Física da Universidade de Sao Paulo (USP), Paulo Artaxo, o resultado disso é um aumento da biomassa, que é a matéria de origem vegetal utilizada como fonte de energia. A Nasa, países europeus, universidades e instituiçoes dos Estados Unidos e do Brasil, estao investindo U$$ 80 milhoes para, nos próximos sete anos, medir a influência da floresta nos climas do Brasil e do mundo.

Artaxo considera esse projeto, denominado Experimento de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia (LBA) "o maior experimento ambiental feito em qualquer regiao do mundo". Ele disse que o trabalho nada tem a ver com espionagem científica na Amazônia, mas uma "cooperaçao internacional" entre pesquisadores. Serao instaladas em toda a regiao doze torres de 45 a 60 metros para monitorar o meio ambiente.