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Gripe aviária: primeiro-ministro canadense pede 'novo multilateralismo'
Da AFP
25/10/2005 | 18:22
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O primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, pediu nesta terça-feira uma colaboração entre países ricos e pobres, no que chamou de "novo multilateralismo", para enfrentar uma eventual pandemia de gripe aviária, durante o encontro de ministros de Saúde e especialistas de cerca de 30 países, que acontece desde segunda-feira. "O risco de uma pandemia exige que o mundo atue agora. É por isso que o mundo está reunido em torno de uma mesa", disse Martin no segundo dia do encontro, cujo tema é 'Preparação Mundial Para Uma Eventual Pandemia de Gripe Aviária'.

O anúncio de um quarto morto na Indonésia e a descoberta de um novo foco de gripe aviária na China mostram que a batalha contra a epidemia se desenvolverá primeiro na Ásia, apesar das ameaças crescentes no continente europeu. "A reunião mostra a necessidade de um novo multilateralismo, da colaboração entre países em vias de desenvolvimento e países desenvolvidos que compartilhem o mesmo interesse em trabalhar juntos por objetivos que um país não pode alcançar por si só", acrescentou. "É a primeira vez que é realizada uma reunião deste nível", ressaltou o primeiro-ministro.

O encontro inclui especialistas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, África do Sul, Nigéria, Indonésia e Cazaquistão, entre outros, além de dirigentes de organismos internacionais como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e da FAO (Organização da ONU para Alimentação e Agricultura).

A cepa H5N1 do vírus da gripe aviária provocou a morte de cerca de 60 pessoas na Ásia desde que surgiu em 2003. Acredita-se que até agora o contágio foi produzido das aves para os humanos, mas não entre humanos, mas especialistas alertam para a possibilidade de o vírus sofrer uma mutação e causar uma pandemia com milhões de mortos.

Paul Martin também se pronunciou em favor de uma divisão de recursos com os países mais pobres. "Somos a favor de uma proposta com vistas a aumentar nossas provisões de vacinas com o objetivo de compartilhá-las", disse.

Reunidos para "estimular a colaboração e a coordenação em escala mundial para a prevenção de uma pandemia de gripe", os delegados estudam com especial interesse propostas para que os países ricos ofereçam entre 5 e 10% de suas reservas de medicamentos antivirais e vacinas para a formação de um estoque mundial que permita ajudar os países pobres.

"Uma das principais questões do encontro de Ottawa é saber como os países subdesenvolvidos poderão enfrentar uma eventual pandemia", declarou nesta segunda-feira o especialista em doenças infecciosas Neil Rau à rede de TV CTV.

O Canadá anunciou que apóia a proposta do ministro da Saúde mexicano, cuja sugestão é que, no caso de pandemia, os países ricos compartilhem suas vacinas - quando estiverem fabricadas - com os países pobres. "Se os países ricos resolverem o problema em seus territórios mas a doença se expandir externamente, não teremos solucionado nada", disse a ministra de Saúde da Nigéria, Helen Udoakha Esuene.

Todos os especialistas destacaram que uma vacina eficaz só poderá ser desenvolvida depois de a pandemia começar, já que só nesse momento poderão ser conhecidas as características do vírus.




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