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Canadá permite uso de maconha aos pacientes com Aids
Das Agências
04/07/2001 | 18:45
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Os canadenses que sofrem de doenças crônicas, como Aids e câncer, terão que carregar uma carteira de identidade, com sua foto, expedida pelo governo, para demonstrar que podem consumir legalmente a maconha, informaram nesta quarta-feira fontes oficiais.

As autoridades do ministério da Saúde canadense disseram que depois da emissão das primeiras carteiras de identidade, a partir de 30 de julho, não haverá outra maneira legal para autorizar a compra da maconha por parte dos doentes.

Porém, é provável que no próximo ano exista uma plantação de maconha autorizada pelo governo em Saskatoon, disse a médica Jody Gomber, diretora-geral de substâncias controladas do ministério da Saúde.

Gomber disse, em uma coletiva de imprensa, que assim que a produção começar serão feitos os acertos necessários para facilitar a obtenção, por parte dos usuários autorizados, de sementes de maconha da plantação de Saskatoon, para que eles mesmos cultivem a erva para uso pessoal.

Os pacientes terão que compartilhar informações com os cientistas canadenses, para apoiar as pesquisas, acrescentou a diretora-geral.

Em alguns casos, o paciente autorizado poderá designar um amigo ou um familiar para que este cultive a planta. Este "cultivador" também deverá ter uma carteira de identidade com foto para mostrá-la à polícia e não correr riscos de prisão.

Gomber insistiu que ninguém terá direito de vender a substância comercialmente e que a produção comercial ou a venda continuará sendo crime.

A carteira de identidade que autorizará o portador a consumir ou cultivar maconha só será expedida quando as autoridades receberem um certificado assinado por um especialista recomendando o uso desta droga para o paciente.

A Associação de Médicos Canadenses, que reúne todos os médicos do país, se opõe ao plano.

"Continuam existindo dúvidas sobre as evidências científicas que comprovam os benefícios médicos da maconha, sobre os efeitos conhecidos e desconhecidos de seu uso quando se fuma e as consequências de um consumo não regulado na qualidade, consistência e contaminação da droga", afirma a entidade em um comunicado.

As regras publicadas nesta quarta-feira permitem o uso da maconha com fins médicos para pessoas que tenham uma doença terminal, cuja expectativa de vida é de menos de 12 meses, pacientes que sofrem de doenças crônicas específicas, como a Aids, câncer, artrite muito grave, danos na espinha dorsal ou esclerose múltipla.




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