‘‘A Alca sai porque os EUA são o maior parceiro comercial do Brasil. Querer isolar o país das nossas relações não faz sentido. Além do mais, os argumentos utilizados para adiar as negociações fazem referência à OMC (Organização Mundial do Comércio), o que significa que nossas pendências com os Estados Unidos serão resolvidos no final da rodada Doha’’, disse o ministro.
Para Furlan, gasta-se muita energia no processo negociador, quando seria mais importante avaliar os efeitos positivos e negativos da área de livre comércio hemisférica. E foi justamente essa preocupação com os efeitos da Alca sobre a indústria brasileira que norteou boa parte das ações de política industrial nas áreas de bens de capital e software - dois dos quatro segmentos, que incluem ainda semicondutores e fármacos.
O setor de bens de capital brasileiro é tradicionalmente deficitário comercialmente. E no Estudo da Competitividade de Cadeias Integradas no Brasil: Impactos das Zonas de Livre Comércio, trabalho realizado em 2002 pelo ministério, aparece entre os que têm maior deficiência competitiva para enfrentar uma abertura comercial. ‘‘Já estamos notando uma modernização desse setor nos últimos anos, com exportações crescentes e déficit decrescente. A política industrial vai preparar o setor não apenas para enfrentar a concorrência, mas para vender mais para os Estados Unidos, nosso principal mercado nessa área’’, disse Furlan.
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