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Iranianos fazem protesto na ex-embaixada dos EUA
Do Diário do Grande ABC
04/11/1999 | 16:26
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Conservadores iranianos queimaram nesta quinta-feira bandeiras americanas ante a ex-embaixada dos Estados Unidos para lembrar o 20º aniversário da tomada de reféns, obedecendo ao conselho do Guia, o aiatolá Khamenei, de manter o confronto com Washington. Mais de 3 mil pessoas, entre elas estudantes, participaram.

Os manifestantes portavam numerosos retratos do ima Ruholá Khomeini, fundador da República Islâmica, do sucessor dele, o aiatolá Ali Khamenei, e do presidente reformista Mohamad Khatami.

``Morte aos Estados Unidos, morte aos usurpadores de Qods (Jerusalém), os Estados Unidos estao a nossos pés', dizia um cartaz, pendurado dentro da ex-embaixada.

Um dia antes, o Guia da República Islâmica, Ali Khamenei, estimou que o Ira nao devia ``suavizar' sua atitude ante os Estados Unidos, advertindo contra toda a ``ingenuidade' nesse sentido.

Quarta-feira, durante a manifestaçao organizada pelos reformistas na Universidade, houve menos público. Mas muitos seqüestradores, começando por Ebrahim Asgharzadeh, apoiaram a manifestaçao e sua ``rejeiçao à violência'. Esta ``jornada contra o despotismo' mostrou o crescente abismo entre os conservadores, que se opoem à evoluçao nas relaçoes com os Estados Unidos, e os reformistas, partidários de uma política de distensao.

Foram registradas numerosas declaraçoes anti-americanas. ``Demos tempo aos Estados Unidos para que pedissem desculpas pelo que nos fizeram antes. Nao as deram. Intervieram em nossos assuntos internos', destacou o principal orador, Mohsen Rezai, secretário geral do Conselho de Discernimento, uma instituiçao básica, presidida pelo ex-presidente Ali Akbar Hashemi-Rafsanyani. ``Eles nos acusam de possuir armas de destruiçao em massa como as deles. Também nos acusam de apoiar os palestinos e os libaneses. Como se atrevem a nos reprovar isto, eles que pretendem defender os direitos humanos?', acrescentou, antes de ser interrompido pelos aplausos.

Pouco antes, os participantes afirmaram que: ``os Estados Unidos sao nossos inimigo'. O texto acusa também Washington de ``ingerência' no caso dos judeus acusados de espionagem a favor de Israel.

Os ``Estados Unidos se conduziram muito mal com o Ira. Se os Estados Unidos quiserem manter relaçoes conosco, devem mudar, como disse Khatami', destacou Hasan Farayi, presidente da Uniao de Trabalhadores Iranianos.




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