“O Cavalo na Montanha discute o amor entre diferentes. O Zé (o autor José Antônio de Souza) parte do princípio que o amor não respeita diferenças. Quando o amor existe, independe de diferenças”, afirma a diretora Bárbara Bruno Goulart. Paulo Goulart Filho é o cavalo em questão e Norma Gabriel, a mulher. “O cavalo tem uma parte humana e a mulher tem algo de égua. O Zé foi muito feliz, conseguiu contar uma fábula de poesia absoluta em forma de prosa”, diz.
A história se passa no Morro do Quebranto. “Esse é o lugar onde Deus vai vadiar. Então, tudo pode acontecer lá, a atmosfera é mágica. Normalmente as pessoas deixam as estrepolias para o diabo, mas o Zé acha que Deus é maior, tem direito de brincar”, afirma a diretora.
No Morro do Quebranto a água vira fogo, a pinga vira chá. Como? “Só assistindo ao espetáculo, não dá para verbalizar. É um processo emocional e de sensibilidade”, diz Bárbara.
O cenário, do artista plástico Eduardo Iglésias, é abstrato. Segue, portanto, a linha da direção, que se recusou a trabalhar dentro da linguagem naturalista – o que seria inadequado, já que se trata de uma fábula. Dessa forma, por exemplo, uma escada representa a montanha. “Pedi ao Iglésias que criasse uma imagem de quadro”, afirma Bárbara.
A montagem mescla as linguagens do teatro e da dança – Norma e Goulart Filho também são bailarinos. A interpretação foge da estética naturalista, “mas cria uma identificação com a platéia”. “Nada é hermético em O Cavalo na Montanha. O teatro tem de emocionar. Queremos que o público faça uma viagem conjunta com a gente. O teatro existe para dividir emoções”, diz Bárbara.
A trilha sonora foi composta especialmente para o espetáculo por Renato Jimenez, que recebeu indicação para o Prêmio Shell. A coreografia é de Dinah Perry.
O Cavalo na Montanha – Teatro. De José Antônio de Souza. Direção de Bárbara Bruno Goulart. Com Norma Gabriel e Paulo Goulart Filho. Domingo, às 20h. No Teatro Lauro Gomes – r. Helena Jacquey, 171, São Bernardo. Tel.: 4368-3483. Entrada franca.
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