Os ministros das Relações Exteriores dos países árabes condenaram neste sábado a ofensiva israelense no Líbano, acrescentando que o processo de paz no Oriente Médio está "morto" e pediram a intervenção do Conselho de Segurança da ONU.

 "O processo de paz no Oriente Médio está morto. Todos os mecanismos, incluindo o Quarteto (de paz), fracassaram ou contribuíram para enterrar o processo de paz", disse o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, após a reunião urgente dos chanceleres dos países árabes no Cairo. Musa complementou dizendo que a única forma de reviver o processo de paz é voltar ao Conselho de Segurança da ONU.

Após uma reunião a portas fechadas realizada pela manhã, os ministros voltaram a se reunir à tarde, quando expressaram seu apoio incondicional ao Líbano e sua “perplexidade diante desta brutal agressão que atinge os civis, provocando a morte de inocentes e enormes perdas financeiras e econômicas".

Os participantes da reunião se mostraram divididos a respeito da posição a ser adotada frente ao Hezbollah.

Jordânia e Egito, os únicos países árabes que assinaram acordos de paz com Israel, assim como a Arábia Saudita, condenaram as operações israelenses no Líbano, mas também denunciaram que o "afã de aventura não presta um favor aos países árabes", em referência ao ataque do Hezbollah a soldados israelenses.

Os outros países consideraram que este não é o momento de condenar o Hezbollah, quando o Líbano está sob o fogo da artilharia israelense.

"Os povos árabes tentarão, cedo ou tarde, tomar o comando de seus assuntos se seus governos não tentarem seriamente dar-lhes uma luz de esperança", afirmou o chanceler libanês, Fawzi Sallukh, membro do Hezbollah, que declarou guerra a Israel.

"Contamos com o apoio, a solidariedade e a ajuda árabe e estamos seguros de que todos os árabes denunciarão o que acontece no Líbano e nos territórios palestinos", disse o chanceler libanês.

Sallukh acrescentou que o Hezbollah "devolveu o orgulho aos árabes com suas ações audazes", segundo a agência governamental Mena.