O gerente de planejamento da CET, Ronaldo Tonobohn, afirma que a cidade de São Paulo é ponto de passagem para 80 mil caminhões todos os dias. Destes, 65 mil ficam no município, mas o restante apenas utiliza as marginais, por exemplo, para chegar a seus destinos. O Grande ABC contribui para este pesado fluxo com as cargas da indústria automobilística, do Pólo de Capuava e dos três terminais alfandegados. Mas a região também sofre com o problema, porque recebe 9 mil caminhões por dia que circulam entre a capital e o Porto de Santos. "Não é preciso falar da importância do tempo na logística das indústrias."
Saturação – Tonobohn explica que a rede viária da capital e dos municípios vizinhos fica saturada das 6h às 22h. Por outro lado, das 22h às 6h, o sistema tem 80% de ociosidade, livre o suficiente para permitir cruzar a cidade pelas marginais em 20 minutos. "Carga não bate ponto, mas as pessoas precisam chegar a seus compromissos em horários determinados. Por isso, a entrega noturna seria uma solução adequada para o problema do trânsito em São Paulo."
O expediente noturno de caminhões pesados eliminaria a necessidade imediata de investimentos para ampliar a rede de tráfego e daria condições de aproveitar melhor sistemas como o Rodoanel, que mesmo depois de pronto não conseguirá resolver sozinho o complexo tráfego na capital paulista. "Muitas empresas buscam terrenos no entorno do Rodoanel e a procura tende a crescer, mas isso apenas não vai melhorar o trânsito. Não vai ser aquela idéia do milagre, porque circular em São Paulo continuará um problema".
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