O governo está estudando a venda do controle acionário da seguradora da Caixa Econômica Federal, a Sasse, em vez de se desfazer apenas de 30,75% do capital, como exigido legalmente. A oferta do controle está sendo analisada pelo banco de investimentos Goldman Sachs, contratado pelo fundo de pensao dos funcionários da Caixa, o Funcef, para definir modelo de venda da empresa, que deve ficar pronto até o final de julho.

O presidente da Caixa, Emílio Carazzai, disse que ainda nao há qualquer decisao no governo sobre o porcentual do capital da Sasse que será vendido. Ele, entretanto, nao descarta a venda do controle. "Em princípio, há a preocupaçao de seguir o caminho de obter o maior valor para o Funcef", diz. A expectativa do presidente da Caixa é que a venda seja feita ainda esse ano.

O Funcef detém hoje uma participaçao de 50,75% no capital da Sasse Caixa Seguros, mas está sendo obrigado a vender no mínimo, uma fatia de 30,75% porque a legislaçao que regulamenta os investimentos dos fundos de pensao proíbe que eles tenham participaçao superior a 20% no capital de qualquer companhia.

A Caixa, patrocinadora do fundo e sócia de 48,21% da seguradora, já tem em maos duas avaliaçoes do preço mínimo da Sasse. Uma delas feita pela Goldman Sachs e outra, pelo Boston Consultting Group. Os valores sao mantidos em sigilo, mas Carazzai adianta que a segunda empresa estabeleceu um preço mínimo um pouco maior que a Goldman.

O perfil do comprador da Sasse é preferencialmente uma seguradora estrangeira que nao tenha participaçao no mercado brasileiro. Carazzai acredita que se a seguradora tiver como parceiro um grande banco de varejo, a Caixa vai ter problemas na administraçao da seguradora por causa da concorrência.

Uma seguradora que já está no mercado nacional e tem uma rede de distribuiçao de seus produtos pode acabar preterindo a Caixa como principal vendedora dos seguros da Sasse. "Grandes bancos de varejo eu nao quero e seguradora com grande rede de distribuiçao é complicado", diz Carazzai. A Sasse está entre as seis maiores seguradoras do país em faturamento.

No ano passado o lucro da empresa foi de R$ 90,2 milhoes, registrando um aumento significativo em relaçao a 1998, quando o lucro ficou em R$ 36, 9 milhoes. Esse resultado foi obtido graças ao aumento de 34,6% na venda de seguros, 143,8% nas vendas dos títulos de capitalizaçao e de 370,7% nos produtos de previdência complementar. A maior utilizaçao da rede de agências da Caixa para vender os produtos da seguradora permitiu esse incremento nos resultados.