Diarinho Titulo Boa ação
Todos por todos

É possível fazer o bem a qualquer hora, lugar e
Pessoa; você sabe quem ganha? O mundo inteiro

Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
22/04/2012 | 07:00
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Certa vez, no caminho para a escola, Raul Mamede Marques, 9 anos, de Santo André, ofereceu ajuda para uma senhora que atravessava a rua. Após acompanhá-la, seguiu seu caminho sentindo que algo bom tinha acontecido. "Fiquei feliz ao fazer o bem." O menino não conhecia a velhinha, mas não importava. "A gente precisa ser gentil com todos."

O amigo Luigi Carvalho Dias, 10, de Santo André, aprendeu com a mãe a importância de dar uma forcinha ao próximo. Ela cuida da ONG Casa do Jardim, que oferece apoio a crianças menos favorecidas. Para cooperar, o garoto criou oficina de videogame em que ensina e brinca com a turma que frequenta a organização.

Mas Luigi sabe que a gente não pratica o bem somente para contribuir com quem enfrenta dificuldades maiores do que as nossas. Por isso, faz gentilezas para familiares e amigos. Em casa, às vezes lava a louça e arruma o quarto. E quando precisa também é auxiliado. Basta pintar dúvidas de Matemática para receber apoio do melhor amigo. "Eu o ajudo na lição e ele me ensina a vencer no videogame. Os dois ganham", diz Raul.

SEM INTERESSE - É legal quando a pessoa que recebe nosso amparo o retribui de alguma forma. Entretanto, a gente não pode querer algo em troca para fazer o bem de verdade. Gentileza não deve estar ligada a obtenção de vantagens.

Quer ver como é fácil realizar boas ações? Você pode, por exemplo, dar uma mãozinha a um vizinho para carregar compras. Também dá para levar fruta ou lanche a mais e dividi-lo com alguém no recreio. Ações desse tipo nos fazem perceber como todos são iguais.

CORRENTE DO BEM - Imagine se fizer o bem para três pessoas e pedir que cada uma ajude outras três e assim por diante. Em pouco tempo as gentilezas se espalhariam. Essa é a ideia do movimento A Corrente do Bem (Pay It Forward), que nasceu nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 2011. Na quinta (26), a iniciativa - inspirada no livro e filme de mesmo nome - celebra o Dia Mundial da Boa Ação. No www.acorrentedobem.org é possível conhecer mais sobre o projeto e registrar boas ações em um mapa.

 

Saiba mais

No filme A Corrente do Bem (2000), o professor de Estudos Sociais desafia os alunos a desenvolverem iniciativa capaz de mudar o mundo. Assim, o menino Trevor McKinney cria um jogo chamado Passe Adiante. A ideia é que cada um ajude três pessoas. Quem receber a boa ação deve passá-la adiante. A proposta do garoto dá certo e muda a vida de muitas pessoas, inclusive a de sua família.

Os brasileiros precisam ajudar muito mais. O País está em 85º lugar no índice da generosidade mundial de 2011, segundo a ONG britânica Charities Aid Foundation. Os Estados Unidos ficaram em primeiro.

 

Bons exemplos

Ao ver na TV que milhares de nordestinos ficaram desabrigados por causa das chuvas, em 2010, Emilly Inácio de Souza, 11 anos, quis ajudar. Mobilizou os moradores do bairro em que morava, em Santo André, e arrecadou roupas e alimentos. Com o avô, levou as doações para a Defesa Civil, que as encaminhou para o Nordeste.

Rachel Beckwith, 9 anos, de Seattle, Estados Unidos, pediu aos pais e amigos que no lugar do presente de aniversário doassem dinheiro a uma ONG que leva água a comunidades da África. Cerca de 8.290 pessoas foram beneficiadas.

Com 11 anos, a norte-americana Olivia Bouler vendeu desenhos para ajudar a ONG National Audubon Society a salvar animais após o vazamento de petróleo na região do Golfo, em 2010. Em um ano a menina arrecadou US$ 200 mil (cerca de R$ 320 mil).

 

Consultoria de Ricardo Monezi, pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp, Maria Regina Azevedo, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade da Medicina do ABC, Lívia Hollerbach, coordenadora da Corrente do Bem no Brasil, e Marcelo Costa, voluntário da Make-a-Wish.




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