Automóveis Titulo
Hyundai Accent: um coreano entre os 'gigantes'
Anderson Amaral
Do Diário do Grande ABC
27/03/2001 | 18:24
Compartilhar notícia


Imagine um sedã na casa de R$ 30 mil. Se você tem algum conhecimento sobre o mercado de automóveis, certamente veio à sua mente alguma versão top de linha de sedãs compactos, como o Corsa Sedan 1.6 16V, ou então versões despojadas de sedãs médios, como Mégane RT 1.6 16V ou Astra GLS 2.0 8V. No “vácuo” entre as duas opções, que também é preenchido pelo Polo Classic, o Hyundai Accent GLS 1.5 16V insere-se como um veículo de excelente relação custo-benefício, sobretudo devido ao bom pacote de equipamentos, embora do ponto de vista do conforto o sedã coreano não leve lá muita vantagem sobre os modelos considerados “populares”.

Importado pela Caoa, que assumiu a representação oficial da marca há um ano, depois de um período de abandono, o Accent GLS foi reestilizado pela montadora coreana, que optou por um estilo discreto, exceto pela grade dianteira de gosto discutível que destoa do conjunto. A frente traz faróis amplos de lentes transparentes, enquanto o pára-choque, pintado na cor da carroceria, possui amplas tomadas de ar. Na traseira, as lanternas arredondadas do modelo anterior agora dão lugar a linhas retas, em sintonia com a sobriedade do restante do carro.

Se o atributo determinante para a escolha do veículo é o espaço interno, o consumidor certamente optará por um sedã médio “de verdade”. Isso porque o Accent é maior do que os concorrentes “populares”, mas o entre-eixos (medida que determina o conforto para os ocupantes) é praticamente o mesmo. Senão, vejamos: enquanto os sedãs Clio e Corsa têm 2,47 m e 2,44 m de entre-eixos, respectivamente, o “médio” Accent GLS tem 2,44 m. Assim, enquanto nos bancos dianteiros não existe aperto, no banco traseiro só há espaço suficiente para dois ocupantes viajarem com conforto.

O porta-malas, assim como o dos sedãs japoneses, é baixo e favorece a dirigibilidade – basta lembrar como são pequenos os vidros traseiros de sedãs popozudos, como o Siena e o Clio Sedan. Em contrapartida, o espaço disponível para bagagens (334 litros) é desanimador – só para se ter uma idéia, os sedãs compactos da Fiat e da Renault comportam 500 litros e 510 litros, respectivamente.

Equipado com um propulsor 1.5 16V com duplo comando no cabeçote e injeção multiponto seqüencial, o Hyundai Accent gera 99 cv a 5,8 mil rpm. O torque máximo (13,6 mkgf), por sua vez, é obtido a 4 mil giros. Avaliado pelo Diário nas ruas da capital e do Grande ABC, o sedã mostrou razoável agilidade no trânsito urbano por conta do câmbio, de relações curtas, e da curva de torque, que oferece cerca de 80% da força já em baixas rotações – nada, contudo, que chegue a impressionar.

O consumo verificado durante a avaliação (cerca de 9 km/l) ficou abaixo dos números divulgados pela Caoa – 10,7 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada. A velocidade final, segundo o fabricante, gira ao redor de 181 km/h.

A suspensão do Accent GLS avaliada pelo Diário – elevada em relação à versão básica – proporcionou estabilidade e isolamento das irregularidades do solo mesmo em curvas acentuadas. Entretanto, as rodas de 13 polegadas que equipam o sedã da Hyundai poderiam ser substituídas por modelos de diâmetro maior, com o objetivo de dar ao sedã um aspecto mais robusto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;