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Avós são grandes mestres
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
25/07/2010 | 07:22
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Muita gente possui o privilégio de ter professores especiais: os avós. Pacientes, ensinam com bastante carinho tudo o que sabem para os netos.

Henrique Santiago Fagundes, 9 anos, de Santo André, aprendeu a tocar cavaquinho com o avô Delfino Mazaia, 73, que também conhece os acordes do violão e da viola e é luthier (profissional que fabrica instrumentos musicais de cordas). Por isso, o ajuda a lixar a madeira que servirá para fazer o objeto.

"Acho que seria triste se meu avô não fizesse isso", afirma o menino. Delfino também passa muito tempo contando suas memórias para o neto. Ele lembra, por exemplo, que teve de deixar a carreira artística para trabalhar e ajudar a família.

Essa mesma ligação tem Lilian Fernandes, 9, de São Bernardo, que dá uma mãozinha para a avó Ester Fernandes, 52, na hora de preparar as refeições. Ajuda a escolher feijão, fazer arroz, bater os ovos para omelete e sabe que não pode mexer no fogão sozinha.

"Aprendo um montão de coisas. Quando crescer, vou saber fazer tudo melhor", afirma a menina. A avó fica muito orgulhosa e a elogia: "Lilian me ajuda bastante. É bom ensinar o que sei para minha neta."

Os irmãos Emanuel, 11, Alanis, 9, e Nataly Guadanhim Heleno, 7, de São Bernardo, curtem aprender a fazer bijus com a avó Doralice Fernandes Heleno, 56. "Se ela não ensinasse, nunca saberia como fazer", diz Nataly. Aliás, quando a avó precisa, eles não pensam duas vezes em ajudá-la a produzir as peças. Tudo o que montam é vendido ou vira presente para os amigos. "Ela não fica brava se a gente erra. No final, tudo fica bonito", conta Alanis.

Precisa dar muito valor
Avós sabem fazer de tudo e têm muita sabedoria porque acumulam experiências de vida. Por meio deles, é possível descobrir muitas coisas, como o mundo era em outras épocas, seus costumes e a história dos seus antepassados. Esses papos podem até render um livrinho com a história da família.

Os idosos são muito respeitados no Japão. Além de receberem cuidados da família, continuam a manter suas atividades na velhice. Nada de se aposentar e ficar só em casa, vendo TV. Especialistas afirmam que esse é um dos motivos pelos quais os japoneses vivem tantos anos. Eles têm uma das expectativas de vida mais longas, cerca de 82 anos.

Os índios brasileiros também reconhecem a sabedoria dos idosos. Eles são responsáveis por transmitir os conhecimentos, as tradições e as histórias para os mais novos na aldeia.

Eles podem aprender com os netos
Quem disse que só os netos aprendem algo com os avós? Os idosos também podem conhecer coisas novas por meio dos mais novos. Afinal, o convívio torna-se muito mais legal quando há troca de conhecimentos e experiências.

Em geral, quem nasceu a partir dos anos 1990 tem muita intimidade com computadores e tecnologias. O mesmo não acontece com a maioria dos mais velhos. Caso eles não saibam mexer no PC ou navegar na internet, aproveite o tempo livre para ensiná-los.

Quem tem avós que não sabem ler ou escrever também pode incentivá-los a voltar para a escola. Se isso acontecer, ajude-os com as lições de casa.

Mas, atenção: é preciso ter paciência na hora de explicar algo para os idosos. Cada pessoa tem um tempo de aprendizagem diferente. Nada de reclamar. Isso pode fazer com que eles desistam do desafio.

Todos têm limite
Apesar de existirem avós superanimados, em geral, eles não têm o mesmo pique que você. Afinal, já trabalharam muito e criaram os filhos (os seus pais!). É justo que, agora, tenham bons momentos de descanso; por isso, é preciso paciência e tolerância. Respeite os limites deles para que não se cansem demais ou se machuquem, lembrando que precisam se divertir tanto quanto você. No entanto, isso não significa que seja proibido pedir para fazerem guloseimas gostosas ou pipas incríveis que só eles sabem criar. Convidá-los para caminhar em parques, fazer passeios culturais ou encarar um joguinho de tabuleiro também são boas opções.

Companheiro em qualquer hora
Os avós especiais estão presentes até nas animações. Maxwell Tennyson é o superavô de Ben 10 e Gwen. Max, como é chamado por todos, nem parece idoso; luta bem, vive animado e veste camisas floridas. Adora experimentar coisas novas, principalmente comidas estranhas, como insetos. Ainda está disposto a enfrentar qualquer perigo para ajudar os netos.

Max salvou o planeta diversas vezes. Na realidade, muito antes de Ben nascer, ele participava do grupo Os Encanadores que, além de arrumar canos, combatia terríveis alienígenas. Tanto que Ben herdou o megainimigo do avô: Vilgax.

Em um episódio é revelado que Max trabalhou como astronauta da Nasa (Agência Espacial norte-americana). Aliás, ele seria o primeiro a pisar na lua, o que não aconteceu. Isso, no entanto, não o impediu de viajar para o espaço em várias ocasiões.

Também estão nas prateleiras das livrarias
AVÓS
(Chema Heras, Callis Editora, 36 págs., R$ 28) fala sobre um casal muito especial.

O ANJO DA GUARDA DO VOVÔ (Jutta Bauer, Cosac & Naify, 48 págs., R$ 33) - No hospital o avô conta ao neto os momentos mais importantes e felizes da sua vida.

PORCOLINO E VOVÓ (Margaret Wild, Brinque-Book, 36 págs., R$ 29) - Uma avó que sempre visita o neto some. O que aconteceu?

A COLCHA DE RETALHOS (Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro, Editora do Brasil, 24 págs., R$ 17,70) - Felipe é muito apegado à avó e adora ouvi-la contar suas memórias.

OLHANDO PARA DENTRO (Alina Perlman, Saraiva, 48 págs., R$ 25,50) - Fernando fica bravo quando o avô vai morar na sua casa, mas logo descobre nele um amigo.

BISA BIA, BISA BEL (Ana Maria Machado, Salamandra, 80 págs., R$ 29) fala sobre a menina que vive com a bisavó no mundo da imaginação.

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