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Ministro britânico está disposto a renunciar, diz jornal
Da AFP
17/08/2003 | 10:50
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O ministro britânico da Defesa, Geoff Hoon, disse a pessoas achegadas a ele que aceitava "pagar o preço" pela morte de David Kelly, o perito que teria servido de fonte para uma reportagem da BBC. Pelo texto, a ameaça iraquiana foi exagerada pelo governo do premiê Tony Blair para forçar a entrada da Grã-Bretanha na guerra. A informação é publicada pelo Sunday Telegraph neste domingo.

Segundo o jornal, Hoon telefonou para colegas e lhes disse que achava que o suicído de Kelly, que originou uma crise política, o obrigaria a se "sacrificar".

A investigação do juiz Brian Hutton sobre a morte do especialista em armamentos revelou esta semana que Hoon decidiu que Kelly deveria responder publicamente diante de uma comissão parlamentar. Em 17 de julho passado, dois dias depois de ter sido interrogado de forma implacável diante da Comissão de Assuntos Exteriores, o especialista apareceu morto, com o pulso cortado.

Acusado de ter dado mais importância aos seus interesses políticos do que à segurança e saúde de Kelly, Hoon comentou com amigos que seus dias como membro do gabinete Blair estavam contados, informa o Sunday Telegraph.

Antes da morte de Kelly, uma nota do ministério da Defesa havia indicado que o especialista se sentia "sob pressão" e que estava angustiado com sua convocação ante a comissão parlamentar. Um funcionário de alto nível, Kevin Tebbit, também havia desaconselhado o comparecimento de Kelly, alegando que a comissão acabaria dando a ele uma "importância desproporcional".

No entanto, um colaborador de Hoon informou pouco depois ao ministro das Relações Exteriores, Jack Straw, que Kelly deveria ser convocado.

Kelly foi identificado como a principal fonte de uma reportagem difundida em 29 de maio passado por um jornalista da BBC, Andrew Gilligan, que assegurava que o premier Tony Blair havia exagerado a ameaça representada por Saddam Hussein ao afirmar que o Iraque poderia mobilizar armas de destruição em massa em 45 minutos.

Na próxima semana, Alastair Campbell, diretor de comunicação de Tony Blair, assim como os dois porta-vozes oficiais e os principais assessors d primeiro-ministro darão seu depoimento ante o juiz Hutton.




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