Um terço dos credores da falida Siderúrgica Coferraz vai receber seus créditos. O juiz auxiliar da 3ª Vara Cível de Santo André, Gustavo Sampaio Correia, autorizou que os dois advogados responsáveis pela maioria dos ex-funcionários realizem o levantamento de R$ 1,02 milhão em conta judicial. O valor contemplará 547 pessoas, que têm valores distintos a receber. A lista de nomes está disponível no cartório da 3ª Vara Cível de Santo André, no Fórum da cidade.

Segundo representante do grupo de ex-funcionários da Coferraz Raimundo Rafael Martins, conhecido como Neto, cerca de 1.500 pessoas pertencem à lista de credores. "Mesmo assim é ótimo que um terço esteja prestes a receber o dinheiro", disse.

Consta na decisão do juiz que os advogados Nilton Moreno e Fabiula Chericoni estão liberados para "efetuar levantamento da importância de R$ 1.027.149,69" da conta judicial, "sem quaisquer juros ou correção monetária a fim de proceder ao pagamento dos créditos" aos ex-funcionários listados no processo entre as páginas 17.022 e 17.037. Procurados, Fabiula e Moreno não retornaram até o fechamento desta edição.

CASO - A Coferraz, antiga empresa localizada em Santo André, fechou as portas em 10 de março de 1982. Duas parcelas dos direitos trabalhistas já estão nas mãos dos ex-funcionários, liquidadas em 1986 e 1992.

Em 2002, quando ainda haviam resíduos trabalhistas, a comissão dos ex-funcionários da Coferraz desconfiou que o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, síndico da massa falida à época, tinha sacado R$ 919 mil da conta sem informar os credores.

A disputa na Justiça foi extensa, mas a decisão final fez com que o sindicato pagasse o montante aos credores da Coferraz, com correções monetárias. O sindicato pagou o valor, em várias parcelas, à Justiça, que por sua vez liberou o montante ontem aos ex-trabalhadores.

Todas as informações do processo são públicas. O Fórum está no Paço de Santo André, que está aberto ao público de segunda-feira a sexta-feira, após as 12h30. Mas é interessante a ajuda de um especialista, ou detentor de conhecimento jurídico, para verificar o processo.