O Consórcio Social da Juventude do ABC, que integra o Programa Primeiro Emprego, do governo Federal, tem apenas 150 jovens contratados ou em fase de contratação por empresas da região, além de outros 100 alunos que se preparam para se organizar em cooperativas. A expectativa inicial era empregar 40% (396) dos 990 jovens carentes que, desde fevereiro, realizam cursos de capacitação e oficinas, oferecidos por 13 ONGs (Organizações Não-governamentais). Os dados oficiais dos primeiros seis meses do programa na região serão divulgados na próxima semana, durante a 1ª Conferência Regional sobre Emprego e Juventude do ABC, em Santo André.

"Os números podem mudar rapidamente, mas nossa estimativa é essa", disse Maria Rita Serrano, membro do Conselho Gestor do Consórcio da Juventude e coordenadora da Associação Cidadania e Vida, de Rio Grande da Serra. Os cursos estão em fase final e alguns devem encerrar suas atividades na próxima semana. "Só então teremos um levantamento completo", disse Maria Rita. Cada estudante recebeu uma bolsa mensal de R$ 150 para participar do Primeiro Emprego.

As áreas abordadas pelos cursos de capacitação – que tiveram um total de 446 horas/aula – foram as mais diversas, como artesanato, estética, abertura de cooperativas e informática. "No aspecto subjetivo, notamos que a auto-estima desses jovens aumentou com a melhora da sua formação", afirmou Maria Rita.

Para participar do programa, é preciso ter entre 16 e 24 anos e renda per capita de meio salário mínimo. As atividades devem continuar no segundo semestre. "Precisamos apresentar um novo projeto para o Ministério do Trabalho e esperamos retomar os cursos em agosto", disse Paulo Eugênio Pereira Júnior, da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, a principal organização do consórcio. A intenção é aumentar para 1,5 mil o número de vagas no segundo semestre.

No Brasil – Até o final do ano, o programa pretende atender 22 mil jovens carentes, em todo o país. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho, no próximo mês deve haver uma melhora nos índices devido à Medida Provisória elaborada pelo governo para facilitar as contratações.

De acordo com o Sine (Sistema Nacional de Emprego), das mais de 4,5 mil vagas abertas pelas 3 mil empresas que aderiram ao Primeiro Emprego, foram preenchidas pouco mais de mil. Em São Paulo, foram feitas 129 contratações, das 690 vagas oferecidas.

Modalidades – No segundo semestre, serão criados mais nove consórcios da juventude em vários Estados do Brasil. O Programa Primeiro Emprego tem outras modalidades de atuação, como a capacitação civil voluntária, o Plano Nacional de Qualificação e o Jovens Aprendizes. Na próxima semana, o ministério lança em conjunto com o Sebrae um programa voltado para o jovem empreendedor, com a expectativa de atender 16 mil pessoas, em 12 meses.