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'Marido Bandeira 2' traz Tiazinha ao ABC
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
16/04/2004 | 21:29
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Suzana Alves não como Tiazinha, mas como Maria. A atriz integra o elenco de Marido Bandeira 2, vaudeville de Ray Cooney dirigido por Norival Rizzo e Cacá Amaral em cartaz neste sábado e domingo no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo. Co-autor de O Vison Voador e Camas Redondas, Casais Quadrados ao lado de John Chapmann, Cooney é especialista nesse gênero teatral, caracterizado por qüiproquós, entra-e-sai, correria, bater de portas.

A comédia é ambientada em Londres, conforme o texto original. O taxista John (Rizzo) é casado com duas mulheres, Maria (Suzana) e Bárbara (Carolina Lima), que moram em bairros diferentes. Uma não sabe da existência da outra – por um tempo ele consegue driblar a situação e conviver com as duas. Um dia, porém, se envolve casualmente num assalto, tem de ir à delegacia e perde o horário rigorosamente controlado. Então surgem as confusões.

Dois policiais de dois distritos, Sargento Trutão (Amaral) e Sargento Portobol (Mauro de Almeida), começam a investigar a ocorrência. Sem querer, Stefano (Riba Carlovich), vizinho de Maria, e Bobby Rose (Fernando Paz), vizinho de Bárbara, se intrometem na história.

As confusões se multiplicam porque John, a fim de esconder a bigamia e se livrar dos policiais, passa a assumir diferentes personalidades, no que é seguido por Stefano, que se constitui numa espécie de cúmplice. “Stefano se transforma em fazendeiro e se faz passar por John e um homossexual”, diz Carlovich.

“Marido Bandeira 2 é uma comédia de enganos, de troca de identidades. O público sabe de tudo e se diverte com as crenças parciais dos personagens”, afirma Paz. O ator reconhece que se trata de uma peça de puro entretenimento, que não apresenta uma discussão mais aprofundada sobre um assunto: “É um tipo de teatro um pouco escapista, para o qual o público vai e esquece seus problemas. Não há outra pretensão além de fazer rir”.

Paz não entende o entretenimento descompromissado com idéias como um conceito que traz embutida a alienação. “Não existe na peça uma ideologia hegemônica qualquer que reafirme subliminarmente como está o mundo. Assistir ao espetáculo é simplesmente uma maneira de se divertir num fim de semana, como ir ao clube com a família curtir a convivência”, diz.

Para o ator, taxar a peça de alienante significa “pautar-se por uma ideologia de esquerda muito policialesca, fazer uma polícia cultural fundamentada na tese de que toda forma de arte tem de provocar reflexão”. “A montagem não tem a intenção de afirmar um valor sócio-político, preocupa-se com o lazer de qualidade”, afirma. Além disso, inexiste moralismo: “Ela não discute se é certo ou errado ter duas mulheres”.

Nascido em São Caetano, Carlovich tem 21 anos de carreira e define Marido Bandeira 2 como “uma comédia de costumes levada às últimas conseqüências e feita de enganos, de tocar de telefones e campainhas”. “É tanta confusão que às vezes o público pensa que não falta nada para acontecer, mas sempre acontece algo. Geralmente uma comédia tem uma ou duas situações de conflito, mas nessa há umas 15”, diz.

Marido Bandeira 2 – Comédia. De Ray Cooney. Tradução de João Bethencourt. Direção de Norival Rizzo e Cacá Amaral. Com Norival Rizzo, Cacá Amaral, Suzana Alves, Riba Carlovich, Fernando Paz, Carolina Lima e Mauro de Almeida. Neste sábado e domingo, às 20h. No Teatro Lauro Gomes – r. Helena Jacquey, 171, São Bernardo. Tel.: 4368-3483. Ingr.: R$ 10 e R$ 20.




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