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Prédios abandonados da Encol ameaçam vizinhos
Cibele Chinarelli
Da Redaçao
08/02/1999 | 20:52
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Entulho, água parada, mosquitos, sujeira e vândalos. Dessa maneira encontram-se pelo menos seis terrenos da Encol S/A na regiao com obras abandonadas há cerca de três anos. O perigo de proliferaçao da dengue e o medo da presença de marginais têm assustado os moradores próximos, já cansados de reclamar. A construtora está sob ameaça de falência.

Em Santo André, dos quatro terrenos visitados pelo Diário, o que se localiza na rua Catequese, altura do número 830, é o mais crítico. No local, a construtora somente iniciou as obras de fundaçao. Com as fortes chuvas dos últimos dias, a área se transformou em uma enorme piscina, com aproximadamente 5 m de profundidade, cheia de água e barro.

"A noite sai uma nuvem de mosquitos do terreno e invade nossos apartamentos. O risco que corremos de contrair uma doença, como a dengue, é muito grande", diz, revoltado, Aurélio Barros Garcia, administrador e morador de um prédio que dá fundos para o terreno. Pelas sacadas, os moradores também conseguem observar a presença de "usuários de drogas", como definiu Garcia. Há cerca de um mês, o pedreiro desempregado Francisco Felipe, 38 anos, se apossou de um cômodo construído na frente da área e fez do local sua casa.

Das outras construçoes paralisadas na cidade, duas delas - nas ruas Laura e General Osório - também acumulam uma grande quantidade de água, que nao tem por onde escoar. Nesses locais, a Encol chegou a construir quatro pavimentos, o que facilita ainda mais a permanência de pedintes, andarilhos e marginais.

Em situaçao ainda pior encontra-se o terreno abandonado pela construtora na rua Maranhao, em Sao Caetano. Também só com as obras de fundaçao iniciadas, a área, além de abrigar um piscinao de água parada, virou depósito de lixo e entulho. Sofá, lustres e armários podem ser vistos por quem passar na rua. "Uma vez, os vândalos que ficam no local brigaram e colocaram fogo em tudo. Tomamos um susto enorme, chamamos os bombeiros. Foi horrível", descreveu a vendedora Elisabeth Cabral, 34 anos, que mora em frente à construçao.

Em Sao Bernardo, o terreno abandonado na rua Ricardo Batista Guerdelli, no Jardim do Mar, tem um morador há mais de um ano que impede a invasao de desocupados e se preocupa com o acúmulo de água. "Quando tem muito mosquito chamo a Defesa Civil para eles colocarem remédio. Eu também jogo óleo diesel de vez em quando", contou o segurança Joao Henrique da Silva, 38 anos, que mora na área durante o dia e faz a segurança da rua à noite.

  Como nao sabem mais a quem recorrer, a maioria dos moradores de casas ou prédios vizinhos desses terrenos procura o auxílio das prefeituras, principalmente para jogar larvicida na água parada. O que as administraçoes públicas podem fazer é vistoriar a área e até autuar os proprietários, o que no caso da Encol nao surtiria efeito, já que nos próximos dias pode ser decretada a falência da empresa. Em caso da presença de marginais, a Polícia Militar deve ser acionada para fazer uma ronda no local.




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