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Exército filipino se mobiliza para libertar reféns
Do Diário do Grande ABC
27/04/2000 | 16:00
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O Exército filipino continuou mobilizado nesta quinta-feira, numa tentativa de localizar os 21 reféns, entre eles 10 turistas estrangeiros, seqüestrados domingo pelo grupo extremista muçulmano Abu Sayyaf. As autoridades descartaram, porém, qualquer operaçao que ponha em risco a vida dos reféns.

Várias unidades do Exército foram deslocadas para setores estratégicos da ilha de Jolo (Sul das Filipinas), onde estao os reféns, para impedir que eles sejam retirados do local pelos guerrilheiros e prevenir qualquer ligaçao dos seqüestradores com outras unidades rebeldes da área, explicou o general José Calimlim.

``Os reféns estao vivos, mas nao podemos divulgar nenhuma informaçao sobre seu estado de saúde', disse o comandante regional da polícia, Cândido Casimiro.

Um casal de turistas franceses, três alemaes, um casal sul-africano, uma libanesa, um casal finlandês, dois filipinos e nove malaios foram seqüestrados pelo grupo armado na ilha de Siparan, conhecida pela prática de mergulho.

``Segundo informaçoes recebidas na noite passada, os reféns foram separados em grupos e divididos pelas localidades de Patikul, Maimbung, Talipao e Indana', disse Casimiro.

Autoridades francesas e de outros países ocidentais pediram a Manila que nao se precipite adotando uma operaçao que ponha em risco a vida dos seqüestrados.

``Estou consciente quanto à preocupaçao dos governos dos países de origem dos reféns com a segurança de seus cidadaos. Também é nosso principal objetivo', assinalou Calimlim aos jornalistas, na cidade de Zamboanga. ``Se for muito arriscado para os reféns, nao faremos nada. Neste caso, recorreremos à negociaçao', disse.

Os rebeldes exigem a proteçao de antigas zonas de pesca em troca da libertaçao dos reféns, anunciaram nesta quinta-feira representantes do governo de Manila. Os guerrilheiros também querem espaço na imprensa, declarou Nur Misuari, responsável designado pelas autoridades de Manila para negociar a libertaçao dos seqüestrados.

Misuari também informou que os seqüestradores expuseram suas reivindicaçoes a seu assistente, durante uma reuniao na ilha de Jolo (Sul das Filipinas), onde estao os reféns. O encontro foi o primeiro contato entre o grupo e os negociadores.

O responsável disse que nao tinha sido informado sobre outras exigências, antecipando que nao pagaria um resgate. ``Nao pensamos em ceder a questoes monetárias', afirmou Misuari, ex-responsável do movimento separatista muçulmano do Sul das Filipinas Frente Moro de Libertaçao Nacional (MNLF), que assinou um acordo de paz com Manila em 1996.

Misuari confirmou que os seqüestradores pertencem ao grupo separatista muçulmano Abu Sayyaf e disse que conhecia alguns membros da organizaçao, com quem manteve contato na época do MNLF.

Seu negociador enviado à ilha de Jolo é tio de Galib Andang, o ``Comandante Robô', considerado o chefe da unidade responsável pelo seqüestro.

O movimento Abu Sayyaf, integrado por centenas de combatentes, é o menor dos grupos islâmicos rebeldes em atividade no setor sul da ilha de Mindanao, porém o mais violento.

No que se refere a uma açao armada, Calimlim assegurou que ``há que se evitar qualquer operaçao cujo resultado seja similar ao de Basilan', disse. Tropas governamentais realizam há cinco dias uma operaçao aérea e terrestre contra o quartel-general do grupo Abu Sayyaf na ilha de Basilan, após terem fracassado as tentativas de libertar quase 27 reféns filipinos, entre eles um sacerdote católico, seqüestrados há mais de um mês.

Os rebeldes querem trocar os reféns pela libertaçao de Ramzi Yusef, ``cérebro' do atentado contra o World Trade Center, em 1993, que cumpre pena de prisao perpétua nos Estados Unidos. As autoridades americanas descartaram esta possibilidade.




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