O Comitê Olímpico Internacional pretende consertar uma das maiores injustiças no mundo do esporte, essa semana, com novas propostas para reescrever as regras que punem os competidores usuários de drogas. Mais de 10 anos depois do escândalo de doping de Ben Johnson, que trouxe a tona o problema, cientistas e funcionários do COI vao inaugurar uma conferência anti-doping em Lausanne, na terça-feira, para chegarem a um acordo sobre as regras anti-doping, tratando todos os usuários, independente do esporte que praticam, da mesma forma.

Atualmente, nadadores e atletas de esportes terrestres sao banidos por dois anos ou mais por tomarem anabolizantes, enquanto alguns competidores em outros esportes recebem penalidades mais brandas.

Em novembro do ano passado, a maioria dos esportes olímpicos chegou a um acordo em relaçao às penalidades: os competidores acusados de grave uso de drogas devem receber no mínimo dois anos de pena. Aqueles que forem pegos mais de uma vez, usando anabolizantes ou hormônios, devem ser banidos para sempre do esporte. Além dessas propostas, cada esporte poderá aplicar sançoes adicionais, incluindo até penalidades financeiras.

Mas nem todas as categorias esportivas estao de acordo com essas novas medidas propostas. Futebol, ciclismo e tênis têm demonstrado reservas quanto às medidas. Pretende-se, inclusive, puniçao para aqueles esportes que nao se enquadrarem às novas regras, reduzindo o salário dos jogadores ou até impedindo-os de competir.

Depois de alguns membros do Comitê Olímpico Internacional terem se envolvido com casos de corrupçao, o COI terá que garantir milhoes de dólares do programa de teste anti-doping para manter sua credibilidade. Apesar da reuniao ser especificamente para discutir o doping, o COI nao vai conseguir fugir das questoes sobre os recentes escândalos.