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Em ato de defesa do PT, José Dirceu anuncia 'guerra' contra PSDB e PFL
Sergio Kapustan
Do Diário do Grande ABC
18/06/2005 | 08:15
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O ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, anunciou nesta sexta, em ato em defesa do PT, "guerra" contra o PSDB e PFL, que, no seu entendimento, tentam desmoralizar o partido e o governo Lula. "Eles estão brincando com fogo", afirmou o aliado de Lula, ao se dirigir à militância do partido, que lotou as dependências da Casa de Portugal, na região central de São Paulo sexta à noite.

José Dirceu conclamou os militantes petistas a irem às ruas para defender Lula e o PT. "Vamos percorrer o país e defender a nossa história." Principal homenageado da noite, Dirceu discursou durante 30 minutos, sem mencionar o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O ex-ministro fez um balanço das realizações do governo e autografou camisetas de militantes e de funcionários dos Correios, que foram levadas a ele por funcionários da estatal.

Em seu discurso, Dirceu diz que a política do governo está correta, e que os resultados estão aparecendo. Para ele, o PT é vítima de uma campanha difamatória orquestrada por tucanos e pefelistas visando a eleição de 2006.

"Nada do que foi publicado na imprensa ficou sem resposta do governo. A Polícia Federal começou a ir a fundo nas investigações quando começaram a nos atacar." Dirceu fez também autocrítica à sua passagem no governo. Ele reconheceu as dificuldades políticas do governo no Congresso Nacional. Para ele, a condução política do governo não foi boa. "Precisamos corrigir nossos erros e dialogar com a sociedade."

O presidente nacional do PT, José Genoino, em discurso emocionado, negou qualquer tipo de envolvimento do partido nos escândalos de corrupção nos Correios e no Congresso. "Pretenderam nos levar para a vala comum, em que todos os gatos são pardos. E eu respondo: nem todos são." Genoino pregou também a unidade do partido. "Quando o PT se divide, quem perde é o partido", declarou.

Apesar do clima de emoção na defesa do partido, petistas contrários à política de alianças do governo no Congresso se posicionaram na manifestação nos bastidores. Um deles foi o deputado Ivan Valente, de São Caetano, que voltou a criticar a política econômica do governo Lula e a possibilidade do PMDB aumentar sua participação no governo. Segundo Valente, a exemplo do PTB, o PMDB também tem aliados denunciados no governo.

"A entrada do PMDB no governo é trocar seis por meia dúzia. O que o governo precisa é reavaliar toda a política de alianças", defendeu. O senador Eduardo Suplicy, que assinou a CPI dos Correios, defendeu a saída de petistas envolvidos em denúncias.

O ato em defesa do PT reuniu os principais ministros do PT no governo Lula, prefeitos, deputados federais, intelectuais e militantes históricos, como Delúbio Soares e Sílvio Pereira. Este dois últimos são acusados por Roberto Jefferson de participar do pagamento de propina, conhecido como "mensalão", a deputados do PL e PP na Câmara.

A manifestação, conduzida pelo ator Sérgio Mamberti, foi programada para as 19h, mas teve início uma hora e meia depois. Para aquecer a militância, os organizadores tocaram jingles antigos de campanha e decoraram o local com faixas. Vários militantes estavam trajados com camisetas que exibiam slogans em defesa da democracia, contra a corrupção e em defesa de José Dirceu. "José Dirceu, nosso orgulho", lia-se.

Mauá - Apoiadores de Márcio Chaves, candidato petista à prefeitura de Mauá que aguarda decisão judicial para uma possível disputa de segundo turno, também fizeram uma manifestação em defesa da realização do pleito. O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, também esteve presente.




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