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Scania deverá reduzir ritmo de produção
Leone Farias
Enviado ao Rio de Janeiro
18/06/2005 | 08:11
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A Scania, de São Bernardo, deverá reduzir o ritmo de produção atual de veículos para se adequar a um mercado em desaceleração neste ano. "Se mantido o ritmo da produção atual, chegaríamos ao final do ano com 18,5 mil unidades de veículos produzidas, mas a meta deverá ser revista", afirmou nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro, o diretor-geral da Unidade de Vendas e Serviços Brasil da Scania, Christopher Podgorski.

Dólar barato e juros altos, que colaboraram para frear o crescimento econômico, estabeleceram como patamar para 2005 cerca de 16 mil unidades de caminhões e chassis de ônibus. Apesar da redução anunciada, o executivo diz que a empresa está com número adequado de funcionários - a montadora emprega 2,8 mil pessoas na fábrica de São Bernardo. Ou seja, não há planos para diminuição do efetivo atual.

Segundo Podgorski, o PDV (Programa de Demissão Voluntária) aberto em maio para aposentados em atividade na empresa destina-se a renovar o quadro de pessoal. "É uma forma de premiar os funcionários que dedicaram a vida à empresa para que possam se desligar da companhia com pacote de benefícios. Não é para reduzir, mas para garantir um desligamento vantajoso."

Ainda de acordo com o executivo, o objetivo é otimizar a contratação com mais produtividade, mas ele ressalta que a fábrica de São Bernardo é a de melhor produtividade e também a de menor índice de absenteísmo (falta ao trabalho) entre todas as unidades da empresa no mundo.

A montadora não fez contratações neste ano e não apresenta excedente de empregados, mas tem feito uso de horas extras e banco de horas devido ao ritmo da produção. Podgorski diz que, se houver alguma "folga na produção" no segundo semestre, serão implantados programas para treinar pessoal para novos desenvolvimentos tecnológicos.

Em relação às exportações, a Scania prevê aumento de 5% em 2005 em relação ao ano passado, mesmo índice esperado para o crescimento nas vendas internas. Líder nacional no segmento de caminhões pesados (acima de 40 toneladas), a montadora espera negociar 6 mil caminhões e 600 chassis de ônibus no Brasil. Christopher Podgorski lamenta a revisão de metas e afirma que o governo demorou para interromper a trajetória de elevação da taxa básica de Juros (Selic). "O Banco Central teve de esperar a deflação, que nada mais é do que recessão. Poderia ter tomado a decisão três reuniões atrás, em março".

A montadora atualmente tem 50% da produção direcionada ao mercado externo e os outros 50% direcionados ao mercado interno. Em relação às exportações, a queda de rentabilidade por conta do dólar fraco preocupa a empresa, mas a o executivo afirmou que nas vendas ao exterior não se pode dizer de repente "não brinco mais". "Não se faz contratos de curto prazo para exportar. Não estamos ganhando tanto, mas também não estamos perdendo dinheiro".

Para Podgorski, o dólar ideal seria no patamar de R$ 2,80. Atualmente está na faixa de R$ 2,40. Mas ele explica ainda que as exportações da Scania do Brasil se dão "intercompany" (com outras unidades do grupo) e mercados como América Latina, África e Ásia.

O repórter viajou a convite da Scania Latin America.




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