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Produção de vagões vai quebrar recorde histórico neste ano
29/05/2005 | 08:09
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Depois de duplicar entre 2003 e 2004, a produção nacional de vagões voltará a dobrar neste ano, e baterá novo recorde histórico. A indústria ferroviária fechou o ano passado com a produção de 4,3 mil vagões, total que deverá subir para perto de 9 mil neste ano, conforme estimativas do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários).

A expansão está associada ao transporte da safra de grãos e de minérios para exportação e o mercado interno, explica o diretor-executivo do Simefre, Francisco Petrini. "A demanda estava reprimida. As ferrovias concessionárias enxergaram mais esses horizontes e foram captar carga", cita o representante. "Parece que será alguma coisa sustentada, pelo menos por dois, três anos."

Caso se confirme a projeção para este ano, a produção de vagões no país, de 2000 a 2005 (18,1 mil unidades), será cinco vezes e meia superior à do período entre 1990 e 1999. Apenas a Amsted Maxion, líder do setor, deverá praticamente triplicar sua produção neste ano, na comparação com 2003. A empresa, que produziu 2.028 em 2003 e 4.225 em 2004, tem carteira de produção para este ano ao redor de seis mil unidades.

"De dois anos para cá houve, de fato, uma recuperação do mercado ferroviário doméstico", conta o diretor de vendas e marketing da Amsted, Vicente Abate. Ele cita que em 2002 a produção da empresa fora de 294 vagões. O executivo explica que um dos principais motivos para a retomada foi o forte crescimento das exportações, principalmente de grãos e minério de ferro.

Abate explica, ainda, que a privatização das concessionárias do setor tornou a operação mais eficiente, com investimentos na revisão das vias permanentes e expansão da própria oferta de produtos. Um dos movimentos que vêm crescendo, via ferrovias, além de grãos, é de carga geral, comenta o executivo. "Com a recuperação das ferrovias, a indústria veio atrás."

Investimentos – A ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) estima que o setor deverá receber recursos, vindos dos setores público e privado, ao redor de R$ 11,3 bilhões nos próximos quatro anos. Segundo o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, a entrada do capital privado nas ferrovias, há oito anos, foi fundamental para o aumento significativo nos investimentos na malha nacional (R$ 6,3 bilhões). A participação das ferrovias subiu de 19% para 25%.

O executivo explica que a empresa tem capacidade para continuar a atender o crescimento da demanda interna. Neste ano, cerca de 325 dos 6 mil vagões serão exportados. "Estamos otimistas que a demanda vai continuar num nível alto", afirma Abate. No setor, contudo, discute-se se a procura por vagões ficará num patamar tão elevado pelos próximos anos. O próprio Abate admite que, num futuro próximo, a demanda pode se estabilizar em torno de 4 mil.

O crescimento do setor acabou atraindo para o Brasil a 8ª Conferência Internacional de Ferrovias de Transporte de Carga Pesada, que acontecerá no Rio, de 14 a 16 de junho. O evento acontece a cada quatro anos. A última edição ocorreu na Austrália. Em paralelo à conferência, acontece um seminário, com expositores estrangeiros, e uma feira de negócios. Cerca de seis mil pessoas são esperadas, segundo os organizadores do evento.




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