Com a aproximação da chegada das novas Ford Ranger e Chevrolet S10, a Toyota precisou se precaver e lançou a linha 2012 da picape Hilux e do utilitário SW4.

Antes de falar das mudanças, vale lembrar que a grande novidade é a inclusão do motor 2.7 VVT-i Flex Fuel de 158 cv, quando abastecido com gasolina, e 163 cv com etanol no tanque (ambos a 5.000 rpm). Mas de acordo com a montadora, o bloco (desenvolvido especialmente para os comerciais leves da marca vendidos no Brasil) só chega por aqui no primeiro trimestre de 2012.

VISUAL

Basicamente as mudanças da Hilux foram estéticas. São novos os faróis, para-choque, grade dianteira, capô, molduras dos para-lamas e lanternas.

Se no visual o modelo dividiu opiniões em relação à beleza, por dentro as mudanças foram mais interessantes. A inclusão de equipamentos, dentre eles a conectividade bluetooth, controle de estabilidade e tração, banco do motorista com comando elétrico de regulagem, além da tela touch screen de 6,1 polegadas, que traz câmera de ré, agregaram mais funcionalidade ao veículo - estes equipamentos são disponíveis apenas na nova versão SRV automática Top, que não sai por menos de R$ 141.920.

Para acompanhar os novos itens, o painel também foi redesenhado. Suas formas são interessantes, mas a modernidade de alguns equipamentos (como a tela central, por exemplo) não casam com o provincianismo de itens como o mostrador do ar-condicionado e o relógio digital. A textura do plástico do habitáculo também deveria ter tido atenção especial.

Na mecânica nada foi alterado. Para se mover, a versão avaliada (a nova SRV automática Top) tem sob o capô o motor 3.0 a diesel com 163 cv.

Durante o test drive, que ocorreu entre as cidades de Bento Gonçalves e Gramado (RS), não foram percebidas mudanças no comportamento do veículo. Continuam como destaque a boa estabilidade e o bom torque - de 35 mkgf disponível entre 1.400 rpm e 3.200 rpm.

Mesmo em trechos de terra, a suspensão da Hilux transmite firmeza, sem abandonar o conforto aos ocupantes.

SW4 traz de volta a opção de cinco lugares

Na linha 2012 a SW4 segue, praticamente, as mesmas mudanças da picape. A diferença fica por conta da dianteira. Ao contrário do que parece à primeira vista, ambos os modelos são distintos no formato e na funcionalidade dos faróis.

No utilitário esportivo, o conjunto óptico frontal traz luzes de xenônio autoniveladoras, com lavadores. Logo abaixo, o para-choque (redesenhado) recebeu máscara negra na região dos faróis de neblina.

Atrás, o SW4 recebeu novas lanternas com LEDs. Mudaram também o para-choque e o design do abrigo da placa de identificação.

Assim como na estética, o SW4 traz bastante semelhança com a picape na parte de dentro. A diferença fica por conta da mescla da tonalidade bege com o cinza escuro do painel e da adição do padrão madeira no volante e no acabamento das portas - de acordo com a marca, para ressaltar a classe.

DE VOLTA

Lançado em 1984, o SW4 já está na quarta geração - que estreou em 2005. Com o facelift e a inclusão do motor flexível, a Toyota espera vender 10 mil unidades do modelo em 2012. Mas uma das principais novidades é a volta da versão a diesel com cinco lugares, que sai por R$ 170,4 mil, ou seja, R$ 4.500 mais barata que a versão topo de linha SRV automática.

Vale lembrar que a variante de entrada (com motor V6 a gasolina de 238 cv e torque de 38,3 mkfg a 3.800 rpm) custa R$ 157 mil.

Uma das características responsáveis pelos 50% de market share que o SW4 abocanha na categoria de utilitários esportivos movidos a diesel é a tração 4x4 permanente com reduzida.

O sistema é composto por caixa de transferência (alta e baixa) e por diferencial central que distribui o torque entre as rodas de acordo com a necessidade do piso. Além disso, a tração do modelo possibilita o bloqueio do diferencial. Nesta condição, o uso do torque é dividido em 50% para cada eixo, delegando mais precisão em trechos off-road.