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Prédio histórico desaba e mata um em Santos
01/06/2006 | 23:36
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Parte da laje da Hospedaria dos Imigrantes, prédio histórico de Santos (SP), em ruínas, desabou quinta-feira por volta das 12h. Um homem, identificado apenas como Índio, morreu e outro, o morador de rua Carlos Alberto Rangel dos Santos, de 51 anos, está internado na Santa Casa local.

Segundo informações da Prefeitura e da polícia, os dois estariam quebrando as grossas paredes do edifício para a retirada das vigas de ferro quando a laje perdeu a sustentação depois que um apoio foi retirado.

O acidente chamou a atenção para os seguidos furtos das vigas, de ferro e de madeira de lei, que estão comprometendo a estrutura do edifício, conforme observou o coordenador da Defesa Civil de Santos, Luís Marcos Albino. “A estrutura já está visivelmente comprometida com esses furtos”.

A Prefeitura tem retirado as pessoas que rompem o isolamento e entram na hospedaria para usar droga, praticar atos sexuais, dormir ou furtar as vigas. “Só no sábado a secretaria de Ação Comunitária retirou 15 pessoas de lá”, disse Albino. Segundo o coordenador, a prefeitura cercou todo o imóvel, mas as invasões continuam.

Construída em 1912, a hospedaria recebia os imigrantes que chegavam ao Brasil pelo porto de Santos, fazendo a triagem. O prédio tinha 8 mil m², está localizado numa área deteriorada da cidade e, sem uso há muitos anos.

No ano passado, o governo do Estado de São Paulo iniciou o processo de doação do imóvel para a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que vai transformá-lo em seu campus da Baixada Santista. Projeto desse sentido tramita na Assembléia Legislativa e, depois de aprovado, possibilitará a restauração do prédio histórico e a reurbanização do entorno.

O delegado do 4º Distrito Policial de Santos, Antônio de Pádua Brito, esteve no local e iniciou as investigações. De acordo com as apurações, os dois homens estavam furtando as vigas de ferro da Hospedaria quando a laje caiu em cima deles. A vítima conhecida por Índio teve seu corpo cortado em dois pedaços justamente pela viga que estavam tentando retirar.

Segundo pessoas que moram próximas do local, moradores de rua entram no prédio durante o dia e quebram as paredes com marretas, retirando as vigas que serão transportadas à noite em carrinhos para ferros-velhos e depósitos de material de construção usado.




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