Para quem tinha esperança de comprar ingressos para os Jogos Olímpicos aqui no Brasil, pode esquecer. Apenas uma agência de turismo no Rio de Janeiro, a Tamoio Turismo, foi autorizada a vender as entradas, mas elas já se esgotaram.

"Quem vai para Pequim terá de ir sem ingresso e comprar na porta", afirma Alexandre da Mata, diretor de turismo da CBCDE (Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico) e representante do órgão oficial de turismo do governo chinês, além de sócio-diretor da Gladtour, operadora de turismo especializada em viagens à Ásia.

Mata explica que é possível que os ingressos sejam repassados apenas uma vez. Então a tendência é que muitas pessoas vendam seus ingressos na hora, o que não vai ser considerado uma prática ilegal. Segundo Mata, não vai ser difícil encontrar bilhetes dessa forma, mas será complicado bancar a "inflação" do repasse. "O ingresso, que inicialmente custou US$ 100, provavelmente vai ser revendido por US$ 300", afirma Mata.

Gastos - Além do gasto com ingressos, existem outras despesas indispensáveis na viagem. Segundo a agente de turismo Vera Renzo, da agência Facility, em Santo André, a passagem aérea para a China varia, em média, de US$ 1.800 a US$ 2.000, ida e volta. Já os custos com hospedagem giram em torno de US$ 1.850 e US$ 2.000.

"Aqui no Grande ABC ainda não houve procura por pacotes para as Olimpíadas", conta Vera. "Mas brasileiro deixa tudo para a última hora. Acredito que vai acontecer como na Copa: quando chegar mais perto e o Brasil começar a jogar, as pessoas vão se interessar em ir a Pequim", avalia a agente de turismo, que revela não ter recebido pacotes especiais para o evento.

Visto - Há também o custo para se conseguir o visto chinês. Com validade de um mês, o visto mais comum fica pronto em três dias úteis e custa R$ 210.

Para adquiri-lo, o turista deve retirar o formulário no site do consulado chinês (http://www.embchina.org.br/por/default.htm) ou em despachantes. Cópia do RG, passaporte com validade mínima de seis meses e uma foto 3X4 também são necessários. Em época de Olimpíadas, a exigência é apresentar ainda o bilhete aéreo (ida e volta) e a confirmação do hotel.

Toda a documentação deve ser encaminhada ao consulado, localizado na Rua Estados Unidos, número 1071, no Jardim América (São Paulo). "É interessante levar também a carteira de vacinação contra febre amarela, apesar de não ser uma exigência", recomenda Rodrigo Oliveira, prestador de serviços na área de vistos da agência Princess Travel. Alexandre da Mata completa que o problema da febre amarela não está na China em si, mas no "meio do caminho". "São alguns países vizinhos ou aqueles em que são feitas as conexões aéreas que exigem a vacinação, como é o caso da África do Sul", explica.