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Saint Gobain quer aumentar reciclagem de pára-brisa em 50%
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/03/2005 | 12:35
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Um dos projetos de reciclagem industrial mais bem-sucedidos do Grande ABC ultrapassa dois anos de existência e projeta crescimento de 50% na atividade em 2006. O programa é da Saint Gobain Sekurit, de Mauá, que fabrica vidros automotivos e envolve a reciclagem de pára-brisas danificados. A ampliação do projeto tem a meta de saltar do índice atual, 42% de reciclagem, que foi alcançado em 2004, para 63% em 2006.

Criado para recolher os pára-brisas quebrados ou trincados e fazer o reaproveitamento do vidro e do plástico que compõem o produto, a Saint Gobain conseguiu reduzir o impacto ambiental provocado pelos resíduos lançados na natureza, já que a decomposição do material plástico – o PVB, polivinil butiral – tem prazo superior a 500 anos. Em 2004, foram retirados de aterros 6,8 mil toneladas de pára-brisas.

Inicialmente, há dois anos, a empresa ficava responsável pela coleta e o envio do item para que duas empresas recicladoras – Reciclamac, de Guarulhos e Massfix, de São Paulo – fizessem a separação dos dois tipos de material. No ano passado, obteve apoio de distribuidoras de vidros e lojas especializadas em aplicação automotiva.

As distribuidoras sempre fizeram o transporte do pára-brisa novo da Saint Gobain para outras regiões do país e voltavam com o caminhão vazio. Com a parceria acertada, as distribuidoras retornam com os itens danificados. Além disso, há incentivo a lojistas, por meio do selo Sempre Vidro, que identifica os participantes. "Visitamos os nossos clientes (os lojistas) e perguntamos o destino dado aos pára-brisas danificados. Os que colaboram com o programa de reciclagem recebem o selo", diz a coordenadora do projeto, Fernanda Bertolini.

A companhia negocia agora parcerias com empresas para colocar caçambas em diversas capitais do país. O objetivo é ampliar ainda mais a capacidade de coleta do material. "Estamos na fase de fechar o circuito logístico, para tornar o programa auto-sustentável", diz o diretor geral da Saint Gobain Sekurit, Renato Holzheim.

Além de reduzir o impacto ambiental, a reciclagem também deve propiciar ganhos para a companhia vidreira. O dirigente afirma que não foi possível ter retorno com o aplicado no projeto até o momento – ele não revela quanto foi investido – mas a operação deverá chegar ao equilíbrio financeiro este ano e em 2006, poderá dar lucro.

Aproveitamento – O vidro separado no processo de reciclagem não pode ser usado no processo de produção da Saint Gobain, mas é enviado para outras empresas do grupo, para a produção de pratos, copos, frascos e garrafas. "O pára-brisa danificado tem grau de impureza que não serve para a produção de vidro automotivo, que tem ser transparente. Mas serve para pote de maionese, garrafa de cerveja, por exemplo", diz Holzheim. Já o plástico é reaproveitado pela indústria de calçados, tapetes, fios e revestimento, entre outros itens.




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