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Filippi admite decadência na Saúde de Diadema
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
04/09/2003 | 23:12
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O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), acendeu a luz vermelha na área de Saúde da cidade. Ele admitiu esta quinta-feira que o setor enfrenta grandes dificuldades nos últimos meses, e que a qualidade do atendimento à população está em decadência. O prefeito afirmou que, em função dos problemas no setor, é que decidiu assumir pessoalmente o controle das atividades. “A minha presença aqui (na Secretaria) é para deixar claro para a cidade que estamos fazendo o melhor.”

A partir desta semana, Filippi troca seu gabinete pela sede da Secretaria de Saúde, onde pretende trabalhar em período integral. Apesar de assumir o controle da área, Filippi nomeou a secretária de Assuntos Jurídicos, Vanessa de Oliveira, como interina na Saúde. Mas a presença de Vanessa será apenas burocrática, pois, por lei, o prefeito não pode acumular as duas funções.

Na avaliação de Filippi, 2001 foi o ano mais crítico de sua gestão na saúde em função da necessidade de fazer ajustes orçamentários para se adequar à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Para o prefeito, o ano seguinte foi melhor porque conseguiu elevar a receita do município em R$ 40 milhões. Agora, Filippi reconheceu que os problemas do atendimento à população estão de volta e apontou como motivos o bloqueio de R$ 7,5 milhões da receita para o pagamento de precatórios e a ameaça de retenção de R$ 16 milhões para o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), que ainda não começou.

O prefeito disse que seu envolvimento direto na área começou há cerca de dois meses, quando começou a fazer as 22 reuniões com funcionários de todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para conhecer os problemas enfrentados. Segundo diagnóstico feito pelo próprio prefeito, as dificuldades ocorrem pela diminuição de médicos nas UBSs, o que acaba por sobrecarregar o Hospital Municipal.

Segundo dados do prefeito, Diadema perdeu cerca de 100 médicos com o rompimento do convênio com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e repôs apenas 30, o que causou um prejuízo no atendimento das UBSs, causando um aumento da procura no Pronto-Socorro do Hospital Municipal, que tem trabalhado acima do limite.

O prefeito admitiu que a situação da área gera desgaste político da administração. “Ali (pronto-socorro) é luz vermelha no painel. Alerta total, porque chega dia que temos de 60 a 80 pessoas indo embora sem ser atendidas. Essas pessoas não podem falar bem de ninguém, e muito menos do prefeito.”

Para tentar solucionar a crise da saúde, Filippi tem como planos fazer a contratação emergencial de 40 a 50 médicos e abrir um concurso público para suprir a deficiência da área. O prefeito também espera conseguir recursos do governo federal para as obras do Quarteirão da Saúde e para o programa de Saúde em Casa. Filippi espera fechar o ano com um investimento total na área de R$ 80 milhões.




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