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Cinquentenário do Flicts

Primeiro livro infantil de Ziraldo completa cinco décadas dia 18 e ganha edição especial

Miriam Gimenes
04/08/2019 | 07:00
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Divulgação


Há cinco décadas o homem chegava na Lua. Mas isso, para Neil Armstrong (1930-2012), autor do primeiro ‘pisão’ em solo lunar, não era o feito maior da humanidade na ocasião. Em encontro com o cartunista Ziraldo, no saguão do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, o norte-americano minimizou seu feito e exaltou o brasileiro. Após ler Flicts, na versão em inglês, o astronauta o parabenizou. “Aí eu falei para ele com meu inglesinho, ‘o senhor está enganado, eu é que tenho que te parabenizar por subir à Lua’. Ele respondeu, ‘eu apenas subi na Lua, você fez um livro’.”

O fato é que há uma semana uma fake news dizia que Ziraldo havia ido para outra dimensão. Mas rapidamente ele mostrou em um vídeo que está vivo, firme e forte, tanto que acaba de lançar a edição especial do livro em questão, um marco da literatura infantil brasileira que completa cinco décadas no dia 18, pela Editora Melhoramentos (R$ 59, em média).

A publicação infantil, a primeira da categoria feito pelo cartunista, já vendeu mais de 500 mil cópias pela Melhoramentos e foi traduzida em idiomas como inglês, japonês e esperanto. Ela conta a história de uma cor que não tinha lugar no nosso planeta. “Era uma vez uma cor muito triste que se chamava Flicts”, diz trecho do livro.

Armstrong, por sua vez, acabou com a tristeza da cor. É que Ziraldo pediu que o astronauta autografasse a obra e escrevesse que Flicts era a cor da Lua. Foi aí que surgiu a frase The Moon is Flicts (A Lua é Flicts). Desde então, a cópia deste bilhete está presente em todas as edições do livro. <EM>

Na nova publicação, Adriana Lins – organizadora da obra e sobrinha de Ziraldo – destaca que a diagramação e a tipografia originais foram resgatadas. “É exatamente o projeto que Ziraldo pensou e fez. Mantivemos as páginas brancas, os silêncios.” O livro, que teve o número de páginas reduzidas para 40 a partir da sua segunda publicação, volta para as suas 80 páginas originais.

A editora executiva da Melhoramentos, Leila Bortolazzi ressalta que a obra traz como novidade as críticas feitas à época da publicação, em 1969. “O Ziraldo mandou uma edição para o Carlos Drummond de Andrade, que respondeu com uma crônica, publicada no Correio da Manhã, reproduzida no livro, que também tem frases de Rachel de Queiroz, Zózimo Barrozo do Amaral, Millôr Fernandes, entre outros”, acrescenta.

“Disse que me faltam palavras: entretanto, o próprio Ziraldo, monstro-inventor de Caratinga, soube encontrá-las, compondo com elas não uma explicação de Flicts, mas um guia lacônico de viagem, para acompanharmos o giro ansioso de Flicts pelo universo. Este guia saiu um poema exato”, descreveu Drummond na referida crítica jornalística. Ziraldo vive e ainda tem muito a fazer.
 




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