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Exportaçao de frango deve crescer 14% em 99, prevê setor
Do Diário do Grande ABC
09/02/1999 | 15:18
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As exportaçoes de frango deverao atingir 700 mil toneladas este ano, com crescimento de cerca de 14% em relaçao a 1998, quando foram vendidas 616 mil toneladas ao exterior. O presidente da Uniao Brasileira de Avicultura (UBA), Zoé Silveira D'Avila, informou nesta sexta que o setor está procurando abrir novos mercados a partir dos ganhos de competitividade com a desvalorizaçao do real.

De acordo com o secretário-executivo da UBA, Joao Tomelin, a avicultura brasileira deverá manter ou registrar um pequeno crescimento nas exportaçoes para a Argentina, e tentar ocupar novos mercados como os países árabes, América Central, Asia e Japao, mesmo que em menores volumes.

Ele explicou que os estoques de material genético importado em poder dos produtores nacionais nao permite estimar um grande crescimento das exportaçoes, apesar de a avicultura ser apontada por especialistas agrícolas como o setor de maior potencial com a desvalorizaçao cambial.

Em funçao da crise econômica em países importadores do frango brasileiro, as vendas externas do produto caíram 5,08% em 1998, alterando um quadro de crescimento que vinha sendo registrado desde a década de 70. A produçao nacional de carne de frango atingiu 4,46 milhoes de toneladas em 1998 para um consumo interno de 3,85 milhoes.

Preços - O preço médio do quilo de frango abatido no atacado em Sao Paulo em janeiro foi de R$ 0,98, menor que o valor de comercializaçao em dezembro, de R$ 1,15 o quilo, o que nao justifica os aumentos especulativos registrados no varejo após a desvalorizaçao do real, segundo o presidente da UBA.

Em audiência nesta terça com o ministro da Agricultura, Francisco Turra, D'Avila apresentou dados para demonstrar que o frango, símbolo do Plano Real, nao pode agora ser taxado como o vilao pós-desvalorizaçao cambial. "É evidente que, ao comercializar o frango no varejo, cada estabelecimento segue sua própria política de preços, mas os produtores sao tantos e a concorrência tao grande que o frango brasileiro continuará sendo o mais barato do mundo", afirmou.

Admitiu que com a elevaçao do câmbio alguns itens que compoem o custo de produçao e de transporte dos produtos avícolas tendem a ser reajustados, mas observou que as prováveis futuras elevaçoes de preços serao maiores ou menores dependendo do mercado e de eventuais medidas corretivas que possam ser adotadas pelo governo.

"Em última instância quem dita o preço do frango é o consumidor, seja pela variedade de opçoes que o mercado oferece a ele, seja pelas restriçoes decorrentes do reduzido poder aquisitivo da populaçao".

Dizendo-se da época em que pobre quando comia frango um dos dois estava doente, D'Avila afirmou que o produto hoje é a proteína mais barata que existe. O consumo per capita anual de frango no Brasil cresceu de 2,3 quilos em 1970 para 24,7 quilos no ano passado.




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