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Guedes afirma que BNDES quer apoiar compra da Ford

Informação é de Orlando Morando, que participou de reunião ontem com o ministro da Economia

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
25/07/2019 | 07:26
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Divulgação


O ministro da Economia, Paulo Guedes demonstrou interesse em apoiar a compra da fábrica da Ford em São Bernardo com a utilização de recursos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) por parte de empresa interessada – cujo nome é guardado em sigilo, mas fontes de mercado garantem se tratar da Caoa, uma vez que o grupo foi o único a assumir publicamente o interesse na montadora.

A informação foi dada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), que se reuniu ontem com Guedes, em Brasília, para tratar de assunto relacionado à reforma tributária, junto a gestores de São José dos Campos, Felício Ramuth, de Jundiaí, Luiz Fernando Arantes Machado, de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, e ao secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.

Morando aproveitou a agenda para, no fim da reunião, questionar Guedes sobre o papel do BNDES na transação e, segundo ele, o ministro disse ter todo o interesse em apoiar a aquisição. Isso porque, há uma semana, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a possibilidade de fechar negócio estaria distante devido ao financiamento do BNDES. A empresa teria pedido aporte de R$ 3 bilhões para a aquisição, porém, o banco só quer emprestar R$ 2 bilhões.

Embora o prefeito de São Bernardo não tenha entrado em detalhes sobre valores, demonstrou sua preocupação em pleitear algum apoio ao governo federal para tirar a compra do papel. “Eles estão negociando o capital”, afirmou, referindo-se ao BNDES e ao player interessado, sem garantir que se trata da Caoa. “Devem se reunir amanhã (hoje) para discutir quanto dos recursos virão da iniciativa privada e quando será financiado pelo banco.”

Segundo Morando, a conversa resultou em compromisso firmado por Guedes. “Considero uma reunião extremamente positiva, uma vez que o ministro expôs toda a sua preocupação com tudo que envolve a fábrica da Ford, detalhando o forte impacto que terá no nosso município e com os agravantes problemas do desemprego e da economia para todo o País.”

O chefe do Paço são-bernardense se diz otimista com o desfecho do desmonte da Ford em São Bernardo. Em fevereiro, após anúncio global sobre o fim da produção de caminhões na América do Sul, foi ventilada a notícia de que a marca colocaria fim à história de 51 anos no Grande ABC – no ano em que a Ford celebra seu centenário no Brasil.

A planta da região ainda fabrica caminhões das linhas Cargo, F-4000 e F-350 e deve encerrar a linha de montagem antes de novembro – prazo inicial para o fechamento. Isso porque o New Fiesta, que também era feito ali, teve a confecção suspensa em 13 de junho e, após um mês em casa, 750 trabalhadores serão demitidos no dia 31. Com isso, dos 2.200 profissionais, restarão 1.450.

Morando condena os cortes e, por isso, irá buscar medidas judiciais contra os impactos que possam causar ao município. Ele também responsabiliza o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC por ter aceitado o cenário. Apesar disso, anteriormente disse que havia a perspectiva de que o comprador iria manter os postos atuais e gerar outros 1.000 o que, segundo ele, não pode mais garantir que ocorra.

Questionados, o Ministério da Economia e o BNDES disseram que o tema não foi tratado no encontro, uma vez que ele não constava na pauta. A Caoa e Ford não se manifestaram.

(Colaborou Yara Ferraz)
 




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