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Classes D e E têm maior alta no salário
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
04/02/2011 | 07:30
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A renda média das famílias das classes C, D e E do Grande ABC teve crescimento mais acentuado, em um ano, do que o faturamento médio da população incluída nas classes A e B.

De acordo com a pesquisa socioeconômica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), o avanço na renda familiar do conjunto das classes D e E foi de 22,6%.

O valor médio deste grupo, em agosto - data da coleta dos dados - era de R$ 1.105, contra R$ 900 registrados no mesmo período do ano anterior.

Logo atrás, os domicílios incluídos na classe C apresentaram acréscimo de 10%. A renda média dessas famílias na região era de R$ 2.094, sobre R$ 1.900 captados pela coleta de agosto de 2009. Por outro lado, a classe B teve queda de 1,23%. Essas famílias ganhavam, em média, R$ 3.715. E passaram a receber R$ 3.670.

E a classe A apresentou retração de R$ 7.313 para R$ 7.150, ou seja, decréscimo de 2,2%.

Todos os valores são atualizados com a inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa).

De acordo com o coordenador do instituto de pesquisa da USCS, Leandro Prearo, três aspectos foram fundamentais para que a renda das classes mais baixas tivesse elevações superiores.

"Os efeitos maiores vieram do aumento do salário-mínimo", afirmou o pesquisador.

Quem recebia o rendimento mínimo previsto por lei em 2009, de R$ 465, teve aumento automático de 9,6% em 2010, quando passou a R$ 510.

AÇÕES

Prearo lembrou que o impacto das ações sociais também contribuiu para elevar a renda das classes C, D e E. Entre as ações estão as receitas provenientes de programas como o Bolsa Família, benefícios do seguro-desemprego, aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e pensões por morte.

SERVIÇOS

Por fim, o aquecimento da economia entre 2009 e o ano passado favoreceu a população de menor renda.

Como a massa salarial e as oportunidades de empregos apresentaram incrementos no período, os consumidores mais bem remunerados ficaram mais confiantes e gastaram mais. E resultado disso foi o incremento no mercado de serviços informais, como os pintores, gesseiros, eletricistas e pedreiros. "É provável que os serviços informais tiveram seu impacto", disse Prearo.

ESTABILIDADE

Para o pesquisador da USCS, as quedas nas rendas familiares de 2,2%, da classe A, e 1,23%, da classe B, são consideradas como estabilidade. "Elas estão enquadradas na margem de erro da pesquisa de três pontos percentuais".

Outro ponto citado por Prearo é o quanto representa as variações para as classes. Como os valores são menores nas classes C, D e E, os aumentos ou quedas acabam sendo maiores.

PESQUISA

A pesquisa socioeconômica da USCS teve início em 2002. Na atualização de agosto, a instituição de ensino realizou entrevistas em 1.100 domicílios de toda a região.

Transferências do governo garantem até 31% da renda

As transferências do governo federal para os moradores da região foram responsáveis pela formação de 31% da renda familiar da classe C. Em seguida, as classes D e E, juntas, tiveram 28% de suas receitas formadas por repasses do governo.

A origem destes recursos são os programas governamentais como o Bolsa Família, e as aposentadorias e pensões por morte do INSS.

De acordo com Leandro Prearo, as classes C, D e E se beneficiam, principalmente, do seguro-desemprego. "Este grupo troca de emprego muito rápido. E muitos são contemplados com o benefício", relata o coordenador do instituto de pesquisa.

A classe B não ficou muito distante. As transferências no Grande ABC representaram, em agosto, cerca de 20% da renda familiar deste grupo. E a classe A, cuja receita média por domicílio era de R$ 7.150, ganhava dos repasses cerca de R$ 1.000, ou seja, 15% da renda.PS

 




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