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Fit 1.5 ganha fôlego com sistema VTEC
Ivan Arasaki
Da Agência Hp Press
30/03/2005 | 22:09
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O consumidor mais desatento nem irá reparar, mas o Honda Fit mudou. Por fora, o ainda polêmico visual – idolatrado por alguns e criticado por outros – permanece. O bem-resolvido interior também não esconde surpresas. É embaixo do capô que está o grande destaque do Fit, que ganhou uma versão nova, a EX, exatamente para acomodar o novo propulsor do modelo: com 1.5 litro, rende 105 cv a 5.800 rpm. Para tê-lo na garagem de sua casa, há um preço a pagar: exatos R$ 52.180,00.

Trata-se de um incremento muito bem-vindo a um modelo que penava para rodar com o motor anterior, de 1.4 litro e 80 cv, que continua relegado às versões LX (básica) e LXL (intermediária). Com o novo motor 1.5, dotado de tecnologia VTEC (que vem a ser um sistema de variação de abertura de válvulas eletronicamente controlado), houve bom ganho em desempenho, com aceleração e retomadas mais rápidas.

Não se deve esperar, porém, comportamento fogoso, até porque, o câmbio automático CVT, de transmissão continuamente variável presente na unidade testada, impede a condução mais agressiva. Apesar de ser um sistema bastante confortável e adequado para o trânsito urbano, sem trancos para os ocupantes, existe certa lerdeza de resposta do câmbio quando em posição "D". Esse detalhe traz insegurança mesmo em trajetos com muitas retas e poucos obstáculos.

A história é outra quando a manopla do câmbio se dirige para a posição "S", de sport. Quando acionada em movimento, o sistema de transmissão imediatamente reduz uma ou até duas marchas, colocando o giro lá no alto com o objetivo de ganhar potência. Dessa forma fica mais fácil saborear o bom torque de 14.2 kgfm, gerados a 4.800 rpm.

Entre as vantagens da tecnologia do motor VTEC está a maior economia de combustível em baixas e médias rotações, por conta do fato das mudanças de marchas serem menos freqüentes e a retomada de velocidade mais rápida. Tudo isso graças à transmissão e os sistema de acionamento das válvulas de admissão em baixas e altas rotações. Com o motor cheio, a potência é incrementada, permitindo um desempenho mais esportivo. Parte da performance vem do fato de componentes, como o bloco do motor, o cabeçote, o cárter e os pistões, serem produzidos em liga de alumínio.

Em termos estéticos, o monovolume da Honda possui duas pequenas novidades para identificar a versão top de linha: o emblema VTEC na traseira pregado no esquerdo da tampa traseira e o pingo do "i" do Fit na cor azul. No modelo 1.4, esse mesmo pingo recebe a cor vermelha.

Por dentro o Fit avaliado tem volante revestido em couro de tato agradável. Há também muitos detalhes na cor prata, como na tampa do porta-CD, no rádio, nos acionamentos dos vidros elétricos, na base da alavanca seletora da transmissão (versão CVT) e nas maçanetas internas, trazendo um ar moderno e sofisticado ao interior. A abertura da tampa do tanque combustível é automática e ocorre junto com o destravamento das portas.

Embora de dimensões reduzidas, nota-se uma forte preocupação na otimização do conforto dos ocupantes. A começar pelo número de porta-trecos que acomodam desde revistas e jornais a copos e outros objetos. O porta-luvas, por exemplo, poderia servir de referência para os designers de outras montadoras, que teimam em reservar para o local um espaço ínfimo, sequer capaz de abrigar o manual do proprietário. No Fit, o porta-luvas tem duas repartições e é dotado de grande capacidade. Dá para colocar com certa tranqüilidade acessórios como cantil, celular e máquina fotográfica ao mesmo tempo. Existem também bandejas embaixo do painel e sob a coluna de direção, criadas para a colocação de pequenos objetos.

Vale mencionar também o conforto dos bancos, do tipo esportivo, que agarram o corpo em situações de direção agressiva. Com uma combinação entre a maciez e a firmeza, contam com estofamento produzido com uretano, material considerado mais denso. Outro ponto elogiável são os recursos existentes para a configuração dos bancos. Chamado de ULT, esse sistema permite mais de 10 tipos de ajuste para modificar a posição dos assentos.

Sem modificar nada, o porta-malas do Honda acomoda 353 litros de bagagem com a tampa (e 380 litros sem). Rebatendo o banco traseiro, a capacidade praticamente quadruplica, chegando a 1.321 litros. Um índice comparável ao de muitas caçambas de picapes pequenas. Com tantas qualidades, o Fit é uma ótima opção de compra para quem está disposto a desembolsar cerca de R$ 50 mil.

O único rival do Fit na mesma categoria e com quantidade de acessórios semelhante é o Mercedes-Benz Classe A160, cujo preço está sugerido em R$ 52.549, já com câmbio semi-automático. O Classe A é um produto bom e que tem uma infinidade de acessórios de segurança, como o controle de estabilidade ESP e freios anti-blocante (ABS) de série. Mas que, além possuir um design defasado, está ameaçadíssimo de ter a produção descontinuada.




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