As investigaçoes foram iniciadas a partir de informaçoes prestadas por uma testemunha - cujo nome está sendo mantido em sigilo - sobre as ligaçoes de Hildebrando com ladroes de caminhoes em Rondônia. A pessoa foi levada ao interior do Estado para identificar os locais onde o suposto grupo do ex-deputado e uma quadrilha de furto de carretas usavam para realizar as transaçoes.
Segundo fontes envolvidas nas investigaçoes, o suposto grupo de Hildebrando nao teria ligaçao direta com o esquema de roubo de caminhoes, mas faziam encontros para realizar a troca. "Sao grupos distintos que faziam negociaçoes entre si", afirmou a fonte.
O Ministério Público Federal está mantendo as investigaçoes em sigilo, já que há a possibilidade de envolvimento de outras pessoas, mas a testemunha já reconheceu o sargento Alex Fernandes - braço direito de Hildebrando no Acre - como uma das pessoas que teriam viajado para a Bolívia para comprar droga e trocá-la por carretas roubadas, possivelmente em Ji-Paraná, no interior de Rondônia.
Segundo a PF, grande parte da cocaína apreendida em Rondônia nos últimos anos veio de Cobija, na fronteira da Bolívia com o Acre, pela BR-317. Testemunhas que depuseram na Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico, há alguns meses, afirmaram que a droga adquirida por Hildebrando vinha desta regiao.
Maranhao - A testemunha também revelou o envolvimento de Hildebrando no Maranhao, confirmando as informaçoes que já tinham sido feitas pelo caminhoneiro Jorge Meres à CPI e na PF, de que Hildebrando e o ex-deputado estadual José Gerardo tinham negócios naquele Estado envolvendo o crime organizado. Além disso, a PF em Rondônia soube que o traficante Maximiliano Dorado Munhoz Filho, o `Max', um dos maiores do Estado, tinha negócios com um grande político do Acre, o "Tio", que poderia ser a identificaçao de Pascoal.
O ex-deputado também é citado em outros crimes em Rondônia, como o roubo de carros-fortes. A Delegacia de Narcóticos (Denarc) de Guajará-Mirim atribui ao grupo de Hildebrando um assalto realizado há dois anos, em um carro de dinheiro, na estrada que liga Porto Velho a Guajará-Mirim. Na ocasiao, um vigilante foi morto à tiro pelos assaltantes.
Uma operaçao feita no final de semana em Rondônia poderá revelar um grande esquema de tráfico de drogas envolvendo diversas autoridades locais e de outras regioes. Uma agenda encontrada com um dos presos relaciona uma série de nomes que seriam de pessoas que recebiam droga do grupo. Há três semanas, uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou que a PF e a Denarc em Guajará-Mirim estavam investigando o envolvimento de políticos de Rondônia com o narcotráfico.
Segundo um dos delegados que participou da operaçao deste fim de semana, as anotaçoes encontradas poderao desvendar todo o esquema. Entre os presos pela Polícia Civil de Rondônia estava o empresário Mário Antônio da Silva Ferreira, dono de uma rede de lojas em Porto Velho (RO).
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